Dependentes de ostomia sofrem com preconceito

Quem passou ontem pela Boca Maldita, no centro de Curitiba, recebeu orientações sobre a ostomia, uma cirurgia que cria uma comunicação entre um órgão interno do corpo humano e o exterior.

É o caso das bolsas coletoras de urina e fezes, usadas quando há intervenções ou doenças nos órgãos responsáveis por excretá-las. O ostomizado, a pessoa que fez esta operação e utiliza a bolsa, pode levar uma rotina normal. A única proibição é levantar peso. Mas há ainda muito preconceito contra quem precisa deste artifício para sobreviver.

Ontem foi o Dia Nacional dos Ostomizados. A Associação Paranaense dos Ostomizados (APO) aproveitou o dia para distribuir panfletos, alertando que qualquer pessoa pode precisar desse tipo de cirurgia.

Atualmente, são cerca de 1,3 mil pessoas em Curitiba que fizeram a ostomia e dependem dela para sobreviver. “A sociedade não sabe o que é ostomia. Ainda existe um grande preconceito nas pessoas que conhecem o que isso significa. Acha, por exemplo, que o ostomizado vai manusear a bolsa, o que não é verdade”, comenta Luiza Helena Ferreira Silveira, presidente da APO.

A entidade orienta os recém-operados sobre como levar uma vida normal. Apesar do impacto inicial de precisar conviver com isto, o ostomizado deve procurar a qualidade de vida. Inclusive a prática de atividades físicas é permitida.

“Quem vai na associação recebe explicações sobre o que é a ostomia. Às vezes o médico faz a cirurgia e manda a pessoa embora. Temos atendimento com enfermeiras e fazemos agendamento com um psicólogo e uma nutricionista”, afirma Luiza.

Existem três tipos de ostomias: colostomia (que faz a comunicação do cólon com o exterior), ileostomia (ileo, a parte mais larga do intestino delgado) e urostomia (desvio urinário). As ostomias podem ser temporárias ou permanentes.

De acordo com a presidente da APO, geralmente, podem ser revertidas as ostomias feitas por causa de acidentes e de doenças inflamatórias e genéticas. Já no caso de câncer, quando parte do intestino pode ser retirado, normalmente a ostomia é permanente.

O ostomizado tem direito, por lei, de receber as bolsas do serviço de orteses e próteses da prefeitura do município onde vive. O telefone da APO é o (41) 3079-5933.

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