As recentes mudanças nas regras do sistema de transporte público de Curitiba, em que as empresas passaram por uma licitação e devem cumprir determinadas regras para continuar a explorar as linhas de ônibus que operam na cidade, abrem a possibilidade de aumento da tarifa dos ônibus, deixando os usuários preocupados. O preço da passagem hoje é de R$ 2,20 e o último reajuste aconteceu em janeiro de 2009, quando o valor era de R$ 1,90.
Em entrevistas para uma rádio da capital, ontem, o prefeito de Curitiba, Luciano Ducci, e o presidente da Urbanização de Curitiba S/A, Marcos Isfer, deixaram escapar que pode haver esse reajuste.
O prefeito disse que “haverá uma análise em todas as planilhas para verificar se existe a possibilidade de aumento”. Isfer reforça esta probabilidade de subir o preço porque “em fevereiro é o mês de reajuste do salário dos motoristas e cobradores e isso pode contribuir para a alta na tarifa”.
Antes mesmo da confirmação, a população já se mostra contrária ao aumento. A autônoma Karen Beatriz Felipe Hilgenstierel acredita que não existem razões para que a tarifa custe mais do que R$ 2,20.
“Nosso transporte público não é exatamente bom e acho até que pagamos caro por ela. Vai ser ruim para todo mundo esta medida”, lamenta. A autônoma reclama ainda que, além da qualidade do transporte deixar a desejar, a população sofre com os constantes atrasos nas linhas. “Pelo o que a gente paga, deveria haver mais ônibus para nos atender. Nós perdemos muito esperando e isso incomoda bastante”, afirma.
A promotora de vendas Mariângela Vilas Boas engrossa a reclamação. Além de geralmente pegar os veículos sempre cheios, eles não são confortáveis. “Não gostei de saber que existe essa possibilidade. Até acho que R$ 2,20 não é um preço ruim, mas não vejo motivos para que a tarifa seja maior do que isso. Além de tudo, vai sobrar para o trabalhador”, avalia.
A estudante Natali Souza vê esse aumento com certas ressalvas. Embora confesse que não tem muitos problemas com o sistema de transporte, ela acredita que ele pode melhorar.
“Contanto que se façam investimentos para melhoria dos ônibus, não vejo problema neste possível aumento. Porém, se for para continuar do jeito que está não acho isso uma boa. Uso o transporte público todos os dias e não tenho muitas reclamações a fazer”, opina. A assessoria de imprensa da Urbs admitiu que a alta pode ocorrer. Contudo, caso a tarife fique mais cara, informou que isso não deverá ocorrer neste ano.