IFDM

Paraná é o 2º no ranking do desenvolvimento

Paraná e São Paulo são únicos estados brasileiros a apresentar condições econômicas e sociais que representam alto desenvolvimento, segundo o Índice Firjan de Desenvolvimento Municipal (IFDM), criado pelo Sistema Firjan (Federação das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro) e que está na terceira edição.

O Paraná ocupa a segunda colocação no ranking de desenvolvimento no País, com a nota 0,8244 (entre 0 e 1). O levantamento considera alto desenvolvimento quando o índice ultrapassa 0,8. Houve um aumento de 2,1% em relação ao índice do último ranking.

O IFDM é composto por três vertentes: emprego e renda, educação e saúde. Foram utilizados dados oficiais do ano de 2007 nas três áreas. No Paraná, o principal destaque está na saúde.

O índice específico deste grupo foi calculado em 0,8762, contra 0,8427 de emprego e renda e 0,7544 na educação. O Paraná foi um dos cinco estados brasileiros que apresentaram crescimento no IFDM nas três áreas.

Houve uma forte aceleração na educação (4,5% na comparação com o último ranking, divulgado em 2009 e com dados de 2006). O Paraná é o quinto colocado especificamente em educação no ranking entre estados.

O grupo emprego e renda registrou aumento de 1% e o Paraná ficou na terceira posição, atrás apenas de Rio de Janeiro e São Paulo. Na saúde, houve alta de 1,2% e o Estado é líder no ranking específico desta área.

Para Guilherme Mercês, chefe da divisão de Estudos Econômicos da Firjan, o grande desafio para quem já se encontra em condição de alto desenvolvimento é manter o patamar e conseguir avançar ainda mais sobre o que está bom. “Tem que existir o diferencial de querer mais do que a obrigatoriedade ou não se acomodar. São necessárias políticas de Estado, e não se governo”, avalia.

No caso do Paraná, além da manutenção ou expansão dos índices alcançados nos grupos saúde e emprego e renda, a atenção redobrada em educação pode puxar o IFPM do Estado para cima na próxima edição do estudo.

Para o professor Ângelo Ricardo de Souza, coordenador do programa de pós-graduação em Educação da Universidade Federal do Paraná (UFPR), a rede de ensino no Paraná teve avanços nos últimos 15 anos.

Houve uma aproximação maior com os professores, que são mais ouvidos sobre o sistema. “Os problemas não serão resolvidos se dois grupos não forem ouvidos: a população e o servidor. Mas ainda há distância com a população”, ressalta.

Ele acredita que notas como a do Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb) não dimensionam qualidade ou se o esforço pedagógico está influenciando na aprendizagem.

A nota não pode ser o foco, e sim a qualidade. O professor aponta três itens para um melhor ensino: a ampliação da democracia, o perfil docente (maior valorização do professor) e melhoria nas condições materiais e físicas das escolas.

De acordo com Souza, a burocratização do serviço público não é condizente com a legislação atual, que já permite o repasse direto de verba para coisas simples, como erguer um muro.

Isto poderia acabar com fatos como o que aconteceu com o Colégio Estadual Alfredo Parodi, no bairro Uberaba, em Curitiba. Há cerca de duas semanas, vândalos entraram na escola e colocaram fogo nas cortinas.

O colégio estava com o muro danificado desde abril e o reparo ainda não havia ocorrido. “Com estas três frentes, haverá um aumento na qualidade e melhora nos índices”, avalia Souza.

Curitiba lidera entre as capitais

Dos 399 municípios paranaenses, 20 apresentam IFDM de alto desenvolvimento.

Curitiba é primeira do Paraná e a capital brasileira com o maior índice em todo o País: 0,8687.

A cidade superou Vitória, no Espírito Santo (0,8669), que ocupou a primeira colocação no ranking divulgado no ano passado.

O município de Araraquara, no interior de São Paulo, tem o maior IFDM do País (0,9349). Quatro cidades paranaenses (Curitiba, Londrina, Maringá e São José dos Pinhais) aparecem no TOP 100 no ranking dos municípios.

Nesta lista específica, há somente três capitais: Curitiba, Vitória e São Paulo. “Isto demonstra a continuidade do processo de interiorização do desenvolvimento no País”, afirma Guilherme Mercês, da Firjan. (JC)

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