Parceria contribui para a ressocialização de detentos

Um dos principais problemas do interno que está saindo do regime semi-aberto, após vários anos detido, é a ressocialização no mercado de trabalho. Desempregado, o caminho natural será o retorno ao crime. Por isso, é importante uma transição que através do trabalho externo, possibilita a recolocação dessas pessoas à sociedade. Através de uma parceria com várias empresas, a Colônia Penal Agrícola mantém o programa “Mão de Obra Social”, que possibilita ao detento, esse contato com diversas empresas da Grande Curitiba.

Desde abril, a AAM do Brasil aderiu ao programa e empregou 14 pessoas, para atuar nas áreas de conservação da fábrica, jardinagem e limpeza. Os participantes são trazidos diariamente da Colônia Penal, em Piraquara, através de transporte fornecido pela empresa, e passam o dia inteiro trabalhando, retornando no final do expediente. O grupo é acompanhado por um agente penitenciário.

Segundo Marcelo Nogueira, coordenador de Segurança e Medicina do Trabalho da empresa, um dos principais objetivos da implantação do programa na AMF é “ajudar na socialização desses detentos que demonstraram ter um bom comportamento durante o período de reclusão e auxiliar na inserção deles no mercado de trabalho, ensinando uma profissão e reduzindo ao máximo as chances de que voltem a cometer delitos”.

Marcelo esclarece que todos foram avaliados por uma equipe de técnicos formada por psicólogos, pedagogos e profissionais da área de segurança, que recrutaram as pessoas de acordo com o perfil passado pela empresa. “A inclusão deles foi bastante respeitosa dentro da empresa, aumentando o
significado do valor que essa ação representa. Todos estão bem cientes disso, o que é muito importante”, afirma o coordenador.

O técnico de facilities, Edson Luiz de Paula, teve duas pessoas integradas à sua equipe. “É muito importante, pois quando eles cumprirem suas penas, cada um já vai ter uma experiência profissional em uma empresa, valorizando o currículo deles no mercado de trabalho. Eles estarão um passo à frente”, ressalta. Além de receberem uma renumeração, cada três dias trabalhados resultam em um dia a menos na pena.

A atividade já é realizada com sucesso em várias empresas, incluindo a Risotolândia, fornecedora da AMF, que desde 2005 mantém Projeto Gralha Azul, cujo objetivo é o plantio de 15 milhões de mudas de Araucária em 10 anos, na Colônia Penal Agrícola (CPA); e o projeto Cultivando e Resgatando, que utiliza a mão-de-obra de cinco internos, para o plantio e cultivo de hortaliças.