Psicólogos podem perder autonomia de diagnóstico

Integrantes do Conselho Regional de Psicologia do Paraná (CRP-08) realizaram ontem, na Boca Maldita, em Curitiba, um novo protesto contra o Projeto de Lei 7.703/2006, que trata do ato médico. O mesmo aguarda votação no Senado Federal. Segundo o representante do CRP-08 nas questões do ato médico, o psicólogo Tônio Luna, o projeto fere a autonomia não só de psicólogos, mas de diversos profissionais da área de saúde, como fisioterapeutas, terapeutas ocupacionais, fonoaudiólogos, enfermeiros, nutricionistas, dentistas, farmacêuticos e profissionais das áreas de Educação Física e Assistência Social.

“Achamos justo que o ato médico venha a normatizar as questões da Medicina. Porém, acreditamos que ele não pode fazer interferência em outras área da saúde. Ele coloca, por exemplo, que toda chefia de serviços na área de saúde passe a ser de médicos. Isto faz com que outros profissionais do setor se tornem subordinados”, diz. O que mais preocupa os psicólogos, entretanto, é o fato de o PL determinar que todo diagnóstico deve ser privativo da área da Medicina. “Se o projeto for aprovado, antes de procurar um psicólogo as pessoas terão que procurar um médico que lhes indique a psicoterapia. Isto já acontece no SUS (Sistema Único de Saúde), não é positivo e fere a liberdade de escolha dos pacientes.” De acordo com Tônio, os psicólogos, por formação profissional, têm capacidade de realizar diagnósticos dentro de suas áreas de atuação.