Índios do Estado querem audiência com o presidente

O impasse com relação aos índios no Paraná, que são contrários ao Decreto 7056, assinado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva e que prevê a reestruturação da Fundação Nacional do Índio (Funai) em todo o País, continua sem uma definição. Ontem, eles chegaram ao vigésimo dia de protestos.

A intenção dos povos indígenas é o de conseguir uma audiência com o presidente da República ou com o ministro da Justiça, Tarso Genro, e a consequente revogação do decreto. O medo dos índios é que se feche as sedes da Funai no Paraná.

De acordo com o cacique da tribo Kakané Porã, em Curitiba, Carlos Luiz dos Santos, uma reunião realizada ontem decidiu quais serão os próximos passos da manifestação.

“Amanhã (hoje) devem chegar todas as lideranças indígenas em Curitiba. Deveremos conversar com o governador na parte da manhã. Ele vem dizendo que é favorável à nossa causa, todavia ainda não vimos uma ação efetiva e vamos cobrar dele uma atitude”, revela.

O cacique conta que os índios estão contando com a ajuda do governador para resolver esse imbróglio. Os índios devem conversar também com representantes do Ministério Público Estadual (MPE) e do Ministério Público Federal (MPF) no período da tarde.

Apesar do caráter pacífico dos protestos, alguns indígenas garantem que a paciência está se esgotando. Segundo o coordenador de articulação dos povos indígenas da região sul, Romacil Kretan, a falta de um resultado mais prático poderá levá-los a tomarem medidas mais drásticas.

“A situação está nos incomodando bastante. O Paraná é o estado do sul com maior concentração de povos indígenas. Não conseguimos entender o motivo de retirar uma representação da Funai aqui”, conclui.

Em nota, a Funai garante que nenhuma unidade será fechada no estado do Paraná. A mudança estrutural promovida pelo Decreto 7.056 prevê que a antiga Administração Executiva Regional de Curitiba seja substituída por uma Coordenação Técnica Local, não prejudicando o atendimento aos índios.

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