Influenza

Gripe suína mata mais de um por dia no Paraná

Em menos de um mês, mais de uma pessoa por dia já morreu no Paraná vítima da influenza A (H1N1), a gripe suína. Desde o dia 14 de julho, quando a primeira morte pela doença foi confirmada no Estado, na região de Jacarezinho, já são 31 as vítimas fatais da nova gripe. O número de casos confirmados chega a 784. No Rio Grande do Sul, Porto Alegre registrou a primeira morte pela gripe suína, de uma mulher de 33 anos.

Das seis novas mortes divulgadas ontem, em boletim da Secretaria de Estado da Saúde (Sesa), três já haviam sido divulgadas pelas secretarias municipais de Saúde de União da Vitória, Foz do Iguaçu e Curitiba.

As novidades são dois casos de adultos jovens em Curitiba, um homem e uma mulher, que faleceram na quinta-feira. Um novo óbito em Foz refere-se a uma mulher adulta, que faleceu dia 20 de julho.

No total, morreram 22 adultos jovens (de 20 a 40 anos) no Paraná, três crianças ou adolescentes (a Sesa não especifica e a faixa etária vai até os 19 anos) e seis adultos (de 41 a 65 anos).

A maioria das mortes – 21 delas – ocorreu na região de Curitiba, assim como 68% dos casos confirmados da doença. Outras três mortes foram na região de Foz do Iguaçu, duas na região de Jacarezinho e duas na região de Ponta Grossa. As regiões de Londrina, União da Vitória e Maringá têm uma morte registrada cada.

Enquanto outras 2.804 pessoas aguardam os resultados dos exames, 1.403 amostras do Paraná já foram descartadas û entre elas, as de sete pacientes que morreram com sintomas de problemas respiratórios.

Os empregados de supermercados de Curitiba, região e litoral pretendem propor às empresas o fechamento dessas lojas aos domingos, dia considerado de movimento intenso, para evitar risco de contágio do H1N1 aos trabalhadores. Os supermercados ainda não se pronunciaram a respeito.

Investimentos

Ontem, o governo estadual anunciou que já investiu mais de R$ 19 milhões no combate à nova gripe, com compra de equipamentos, insumos e produção de material para divulgação.

Nesta semana, o Ministério da Saúde repassou aos estados um total de 191,7 mil tratamentos contra a nova gripe e novas remessas estão previstas para as próximas semanas, com previsão de mais 881,5 mil tratamentos até o fim de agosto, totalizando 1,2 milhão até lá.

O Ministério autoriza o envio do produto conforme as demandas às secretarias de saúde. Cada tratamento é composto por 10 comprimidos de fosfato de osetalmivir, quantidade indicada para um paciente. O remédio é considerado o mais eficiente, até o momento, e recomendado pela Organização Mundial de Saúde (OMS).

Esquema especial em bancos

Luciana Cristo

A partir de segunda-feira, somente dez clientes de cada vez poderão entrar em uma agência bancária de Curitiba que tenha quatro caixas atendendo, para evitar aglomerações.

A decisão da juíza Ana Maria das Graças Veloso, da 7.ª Vara do Trabalho de Curitiba, vale para todos os bancos da capital e prevê, ainda, que as agências tenham álcool gel 70%, máscaras e lenços descartáveis.

O fluxo de pessoas dentro dos bancos vai ser monitorado. Para agências que possuem de cinco a oito caixas, 20 clientes serão permitidos de cada vez. A decisão judicial não determina como cada banco vai controlar a entrada das pessoas, se por senha, atendimento agendado ou espera fora da agência.

Não há limitação para clientes nos caixas eletrônicos, atendimento por gerentes e demais situações no interior da agência. A decisão judicial foi tomada depois que os bancos privados de Curitiba não compareceram à reunião do Sindicato dos Bancários sobre as medidas a serem tomadas contra a nova gripe. Banco do Brasil e Caixa Econômica Federal já adotam medidas preventivas desde o último dia 4.

MPF contraria ministério e exige Tamiflu

Luciana Cristo, com agências

O Ministério Público Federal (MPF) quer que todos os paranaenses que tenham sintomas de gripe possam ter acesso ao medicamento Tamiflu. Ação civil pública foi proposta ontem à Justiça Federal de Curitiba para garantir o remédio imediatamente depois do surgimento dos sintomas da doença, seja H1N1 ou gripe sazonal, após a prescrição do médico.

O objetivo é garantir o acesso ao tratamento nas primeiras 48 horas de manifestação do quadro clínico, quando o remédio tem sua eficácia máxima, sem esperar o agravamento dos sintomas.

Na ação, o MPF requer, ainda, que o governo estadual distribua o Tamiflu em todos os 399 municípios paranaenses, de acordo com suas necessidades, e não apenas para as regionais de saúde do Estado.

Por outro lado, o ministro da Saúde José Gomes Temporão classificou como uma irresponsabilidade as propostas de acesso livre da população ao Tamiflu. Segundo ele, o uso do medicamento como forma de prevenção à doença estimularia a automedicação e o uso do remédio por pessoas que não estão doentes provocaria uma mutação no vírus tornando-o mais resistente.

Temporão disse que o vírus da gripe suína já se misturou ao da gripe comum e hoje é responsável por 60% dos casos de gripe. Ele disse que o tratamento para a gripe suína e comum são os mesmos, assim como os sintomas. O ministro afirmou que ambas as gripes têm baixa taxa de mortalidade.

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