Influenza

Gripe matou 39% das grávidas infectadas com o H1N1

A gravidez é o principal fator de risco para o desenvolvimento de síndrome respiratória aguda grave em pacientes infectados pelo vírus A H1N1, causador da gripe suína.

Embora a Secretaria de Estado da Saúde (Sesa) não divulgue informações sobre quantas grávidas já morreram no Paraná, as gestantes respondem por 39,5% das mortes causadas pela nova gripe no Brasil, segundo boletim nacional da Secretaria de Vigilância em Saúde.

O dado toma como base apenas as primeiras 96 mortes registradas no Brasil até o dia 1.º deste mês. Depois da gravidez, outros fatores de risco são doenças respiratórias, hipertensão arterial e cardiopatias.

Das seis novas mortes causadas pela gripe registradas ontem no Brasil, duas são de gestantes. Quatro mortes ocorreram em São Paulo e as secretarias municipais de Maringá e Foz do Iguaçu, no Paraná, confirmaram uma morte cada uma. Com esses números, sobe para 135 o total de mortes causadas pela doença no País e para 27 os óbitos do Paraná.

A segunda morte de Foz é de uma gestante de 23 anos, que estava no primeiro trimestre de gravidez. Em Maringá morreu um homem de 40 anos. Os casos paulistas são de Cubatão (onde uma jovem grávida de 29 anos morreu); Bragança Paulista (um homem de 36 anos); Guaratinguetá (um menino de sete anos) e Campinas (uma mulher de 32 anos).

Dados nacionais

O Ministério da Saúde divulgou o boletim epidemiológico semanal com a situação da nova gripe no País. Como os dados foram registrados apenas até o dia 1.º, não levam em conta as mortes registradas após esta data.

Segundo o boletim, num total de 2.959 casos confirmados, 844 pacientes desenvolveram síndrome respiratória aguda grave por conta do vírus H1N1, o que representa 28,5% do total. Dos 844 que tiveram quadro grave, 96 morreram (11,4% do total). Sul e o Sudeste são as áreas mais atingidas pelo vírus H1N1.

Cerca de 30% das pessoas que apresentam a síndrome têm pelo menos um fator de risco associado ao agravamento do quadro. Na gripe sazonal comum, que ataca mais crianças de até dois anos e pessoas com mais de 60 anos, este percentual cai para 25%.

Desde 16 de julho, o Ministério da Saúde só monitora as mortes e os casos cujos pacientes desenvolveram síndrome respiratória aguda grave, caracterizada por febre alta, tosse e insuficiência respiratória.

Entre as pessoas que apresentaram síndrome respiratória aguda grave, a taxa de letalidade é de 23,5% para quem apresenta pelo menos um fator de risco. Entre os pacientes que não tinham qualquer fator de risco associado à doença, a taxa de letalidade é de 8,9%. Do surgimento dos primeiros sintomas e a morte, o tempo médio é de sete dias.

UFPR e Londrina adiam retorno

A Universidade Federal do Paraná (UFPR) e o município de Londrina decidiram adiar a volta às aulas até o dia 17 de agosto. Anteriormente, o retorno estava previsto para a próxima segunda-feira.

A prorrogação reforça a medida de prevenção contra o vírus A H1N1, causador da gripe suína. No Rio de Janeiro, a rede estadual de ensino e as escolas técnicas estaduais adotaram medida semelhante e também adiaram por mais uma semana o fim das férias.

Segundo o reitor da UFPR, Zaki Akel Sobrinho, a instituição resolveu optar pela cautela e vai usar a segunda semana de suspensão das aulas para realizar um trabalho de orientação da comunidade universitária sobre a nova gripe.

A UFPR pretende adotar o uso de luvas pelos servidores que trabalham nos restaurantes universitários (RUs) e disponibilizar álcool em gel nas suas unidades. Os RUs também ficarão temporariamente fechados e está cancelada a palestra com o ministro do Planejamento, Paulo Bernardo, prevista para acontecer na próxima sexta-feira.

Por enquanto, a volta dos alunos aos colégios estaduais e às demais escolas municipais do Paraná continua sendo dia 10, decisão que pode mudar até amanhã.

Hoje deve sair um posicionamento das escolas e universidades particulares do Estado, depois de assembleia agendada pelo Sindicato dos Estabelecimentos Particulares de Ensino do Estado do Paraná (Sinepe-PR) para o fim da tarde. A Universidade Tecnológica Federal do Paraná (UTFPR) faz uma reunião na sexta-feira pela manhã para decidir o retorno.

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