Mobilização

Fisioterapeutas reclamam dos planos de saúde

Falta de atendimento a pacientes de plano de saúde e fechamento de empresas podem  se tornar consequências dos mais de 15 anos sem atualização no pagamento a fisioterapeutas pelos planos de saúde em todo o Brasil. Um profissional recebe, em média, entre R$ 5 e R$ 7 por hora de trabalho, valor que fica abaixo dos repassados pelo Sistema Único de Saúde (SUS).

Para rever a tabela de preços, começou em Curitiba uma mobilização nacional da categoria. Em reunião realizada ontem entre representantes dos conselhos Federal e Paranaense de Fisioterapia e Terapia Ocupacional (Coffito e Crefito-8) e da Associação Paranaense de Empresas Prestadoras de Serviços de Fisioterapia (APFisio) com a Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS), a reivindicação apresentada foi de novo encontro com o presidente da ANS, Fausto Pereira dos Santos, no prazo de 30 dias.

“Queremos que a ANS trate da questão contratual entre as prestadoras de serviços e os planos de saúde e que seja reconhecida a autonomia da profissão”, afirma o presidente do Crefito-8, Pedro Beraldo.

Os profissionais da área sempre foram remunerados por tabelas médicas que, no entendimento dos fisioterapeutas, não contemplam a realidade dos procedimentos fisioterapêuticos, porque são enquadrados como serviço complementar.

Reflexos da baixa remuneração são o corte de custos operacionais e a revisão de práticas como o atendimento individual, segundo o Crefito-8. Até a nova reunião, está descartado o boicote a pacientes de planos de saúde.

“A gota d’água para um copo que estava prestes a transbordar que contribuiu para que a mobilização começasse foi ação do Ministério Público do Trabalho (MPT) que começou a exigir registro dos profissionais”, explica Beraldo.

Hoje, cerca de 90% dos procedimentos de fisioterapeutas e terapeutas ocupacionais, que são 140 mil profissionais no País, sendo 8,5 mil no Paraná, são realizados por meio dos planos de saúde.

Segundo o Coffito, embora os planos de saúde reajustem anualmente os valores que cobram de seus usuários, essa reposição não é repassada aos prestadores de serviços. Estudo da instituição aponta que o reajuste deveria ser de até 194% para corrigir as perdas históricas.

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