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Ippuc anuncia revitalização da Rua Riachuelo

O edital de licitação referente às obras de revitalização da Rua Riachuelo, no centro de Curitiba, deve ser lançado num prazo de 30 dias. A previsão do Instituto de Pesquisa e Planejamento Urbano de Curitiba (Ippuc), que realizou o projeto de revitalização, é que as obras comecem dentro de 60 dias.

A notícia anima a maior parte dos lojistas da rua, que espera ganhar em segurança e conforto, além de uma consequente melhora no movimento de clientes.

De acordo com o projeto, que prevê um investimento de R$ 1,15 milhão, a rua deverá ter o calçamento todo remodelado, com a utilização do mesmo material utilizado na Praça Generoso Marques.

As calçadas deverão ficar similares às da Rua Marechal Deodoro. Além de uma nova sinalização para pedestres, a rua também terá reestruturada a iluminação, cujo cabeamento deverá ser embutido no subsolo.

A expectativa é que as obras da Riachuelo, que fazem parte do programa Novo Centro da prefeitura de Curitiba, sejam concluídas até o final de novembro. A revitalização se estenderá desde a Praça Generoso Marques até a Praça Dezenove de Dezembro. Em um dos lados da rua, as obras seguirão até o Passeio Público.

Com a nova iluminação e as câmeras de vigilância que serão instaladas na via, comerciantes e moradores acreditam que a rua deverá ficar mais segura. Uma das moradoras, que prefere não se identificar, enfatiza que a melhora na segurança é uma reivindicação antiga dos moradores. “A gente se depara com pessoas fazendo uso de drogas durante à noite. Sem falar na prostituição”, denuncia.

O projeto ainda prevê a repaginação das fachadas, que deverá ser feita em parceria com cada comerciante e inclui estudo de cores. A prefeitura avalia a possibilidade de estabelecer uma política de redução de impostos para imóveis com valor histórico.

O vendedor Fernando Divino de Souza, no entanto, teme que a revitalização não seja totalmente benéfica para o comércio. Ele acredita que possa supervalorizar os imóveis do local e, consequentemente, fazer subir o aluguel.

“A simplicidade das lojas e dos produtos é o que está mantendo o comércio da rua. Se a simplicidade fugir daqui, a Riachuelo pode virar um deserto”, argumenta.

Já o comerciante Mofid Yusef prefere comemorar a possível valorização do ponto comercial dele. “Se o movimento aumentar, não há problema. O aluguel barato e o movimento baixo é pior”, rebate.

Ações incrementarão comércio local

Ontem, um grupo de comerciantes da Riachuelo participou da primeira reunião do projeto “Nova Rua Riachuelo – A Rua do Reciclar, do Reinventar e do Reencantar”, o qual recebeu a adesão de pelo menos 20 empresários.

O objetivo foi discutir um novo conceito de varejo para o local, considerado um dos comércios mais antigos da capital. De acordo com a gestora do projeto, Walderes Bello, a intenção é analisar ações para essa transformação, abrangendo não só os comerciantes da Riachuelo, mas os mais de 900 empresários da região.

O projeto partiu de uma pesquisa que traçou o perfil dos comerciantes, identificou a clientela e o potencial de crescimento das ruas próximas à Praça Generoso Marques.

“Listamos os pontos negativos que poderiam servir de entrave e identificamos os potenciais que poderiam tornar o comércio mais atrativo”, afirma. Reaproveitamento de móveis e roupas é um diferencial que precisa ser valorizado.

Segundo a gestora, das 100 lojas da rua Riachuelo, 40% comercializam móveis usados. Além do apoio do Serviço de Apoio às Micros e Pequenas Empresas (Sebrae-PR)), o Serviço Nacional de Aprendizagem Comercial (Senac-PR) deverá capacitar os comerciantes.

O projeto de re,vitalização foi desenvolvido pelo Comitê de Infraestrutura da prefeitura de Curitiba, composto por diversas secretarias e instituições ligadas à Federação do Comércio do Paraná (Fecomércio).