Preocupação

Hospital de Maringá em alerta com superbactéria

A bactéria multirresistente Klebsiella spp, encontrada em 16 pacientes do Hospital Universitário (HU) de Londrina, tem grandes possibilidades de se alastrar e atingir outros hospitais que enfrentam problemas com superlotação, como o HU de Maringá.

Essa preocupação foi levantada pelo superintendente do HU de Maringá, José Carlos Amador, que destacou que o principal fator para disseminação dessa e de outras bactérias resistentes em hospitais é a falta de profissionais para atendimento.

“Quando se tem um grande número de pacientes e poucas pessoas para atendê-los, o aparecimento desse tipo de bactéria é muito provável, porque não se consegue fazer toda a higiene necessária”, afirma.

Segundo Amador, o número de profissionais trabalhando nas Unidades de Terapia Intensiva (UTIs) está aquém do necessário. “O HU de Maringá trabalha há anos com déficit de funcionários e superlotação. Temos todos os ingredientes para aparecimento deste tipo de bactéria”, alerta. São 120 leitos no HU, sendo 31 no pronto-socorro, onde é comum ter mais de 100 pacientes.

O déficit estimado pelo hospital é de 300 funcionários. “O governo estadual acenou com possibilidade de contratação de 141 funcionários no ano passado e até esse momento não foi autorizado concurso”, informa Amador.

A Secretaria de Estado da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior (Seti) disse que há previsão de um plano bienal de recomposição do quadro de pessoal dos hospitais universitários e que o projeto está em trâmite.

A Klebsiella spp é frequente em ambiente hospitalar. O que tem de diferente na bactéria que apareceu em Londrina é que ela se tornou resistente a muitos tipos de antibióticos.

Londrina

O resultado do exame de outros cinco pacientes suspeitos de estarem também colonizados com a bactéria deve sair hoje, mas a divulgação do resultado está prevista para a próxima segunda-feira.

“Em caso de algum paciente desenvolver infecção, a única opção que em laboratório se mostra eficaz é o antibiótico tigeciclina”, explica Marsileni Elisson, membro da Comissão de Controle de Infecção Hospitalar do HU.