Curitiba está carente de cinemas com preços populares

Curitiba está carente de cinemas com preços populares. Nos últimos anos, na cidade, assistir a um filme fora de casa, principalmente nos finais de semana, se tornou um programa bastante elitista. As salas de exibição migraram para os shoppings centers e a atividade de lazer foi se tornando cada vez mais cara. Além de pagar a entrada, o público precisa gastar com estacionamento e se assusta com o preço da pipoca e de outras guloseimas.

Atualmente, ligados à Fundação Cultural de Curitiba (FCC) existem apenas a Cinemateca e o Cine Luz que cobram valores mais acessíveis para suas sessões e, aos domingos, oferecem entrada a R$ 1,00. Este último, está temporariamente fechado por problemas técnicos verificados em seu projetor. “Queremos, até o final do ano, substituir o projetor e o equipamento de som da sala. Entretanto, estamos elaborando um projeto para que seja realizada uma reforma geral no Luz”, diz o responsável pela direção de ação cultural da FCC, Beto Lanza.

Lucimar do Carmo/ Arquivo
Beto Lanza, responsável pela direção de ação cultural da FCC, diz que serão criadas na capital duas novas salas de cinema com o objetivo de democratizar o acesso à sétima arte. A cidade também sente falta dos antigos e tradicionais cinemas de rua, como o Cine Plaza.

Quanto à Cinemateca, ela teve suas portas reabertas no início do ano passado, após passar por um processo de reforma, e abriga a sala Groff, antigamente localizada na Rua XV de Novembro. “A Cinemateca, assim como o Luz, oferece uma programação alternativa à programação padrão das grandes redes, composta principalmente por blockbusters e lançamentos internacionais. Promove o lazer cultural e menos comercial, o chamado cine arte.”

Beto conta que a FCC tem como objetivo democratizar o acesso do público à sétima arte. Por isso, duas novas salas de cinema serão criadas na capital nos próximos anos, com perfil de programação semelhante ao das duas já existentes. Uma irá funcionar dentro do Centro Cultural Lala Schneider, que será construído no Bairro Novo. A outra ficará localizada dentro de um espaço multiuso que será criado na Cidade Industrial (CIC).

Nenhum destes dois espaços será instalado dentro de shoppings. A idéia também é resgatar um pouco dos antigos cinemas de rua. Muita gente sente falta de espaços como o cine Ritz, que pertencia à FCC, funcionava na rua XV de Novembro e foi fechado por causa do alto valor do aluguel da sala; o Cine Plaza, que ficava na Praça Osório; o Condor, na Rua Cruz Machado; o Astor, também na região central; entre outros que não sobreviveram à falta de incentivo e à concorrência imposta pelas grandes redes.

“Na minha opinião, a cidade perde muito com o fechamento de antigos cinemas. Isto porque o fato contribui para que as pessoas deixem de circular pelas ruas, o que faz com que o comércio também não seja tão aquecido. Os cinemas agregam valor a uma determinada região e contribuem com a preservação da memória da cidade”, finaliza Beto.