Tecnologia

Curitiba é a primeira cidade na região Sul com TV digital

A televisão digital aberta chegou ontem, oficialmente, a Curitiba. O ministro das Comunicações, Hélio Costa, esteve na capital, onde assinou os termos de consignação da tecnologia a oito emissoras locais.

A partir de agora, todas estão autorizadas a iniciar transmissões digitais na cidade – a primeira da região Sul a contar com a funcionalidade. O evento foi realizado no auditório da Universidade Tecnológica Federal do Paraná (UTFPR). Ontem, ainda, a emissora RPC iniciou as transmissões pelo sistema.

“O cronograma (de implantação da TV digital) está sendo cumprido no Brasil inteiro. Curitiba implantou com um ano e meio de antecedência”, informou o ministro, lembrando que Porto Alegre e Florianópolis deverão ter o sistema nas próximas semanas. Para ele, a crise econômica não afeta a área de comunicações e, portanto, não há temor de que as empresas do setor deixem de investir na nova tecnologia.

O ministro ainda disse que a implantação da tecnologia se deu devido ao congestionamento do espaço eletromagnético nas grandes cidades do Brasil. “Foi o melhor caminho técnico para se resolver o problema da telecomunicação no País”, explicou.

Costa anunciou ainda que o sistema implantado no Brasil – baseado em tecnologia japonesa – deverá ser modelo para outros países do continente, como Argentina, Chile e Peru. “Provavelmente será o sistema latino-americano de TV digital”, ressaltou.

Para o presidente da Associação Brasileira de Emissoras de Rádio e Televisão (Abert) e diretor-executivo da Rede Massa, afiliada ao SBT no Paraná, Daniel Pimentel Slaviero, a implantação da TV digital em Curitiba é um “orgulho” e um “marco importante” no setor.

“Representa a renovação do principal meio de comunicação brasileiro, que é a TV aberta, responsável por levar informação, cultura e entretenimento a 100% da população do Brasil”, declarou.

Além de Slaviero, o presidente da Associação das Emissoras de Radiodifusão do Paraná (Aerp), Cezar Telles, também estava no evento. Ele entregou uma carta a Hélio Costa pedindo a redução do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) para equipamentos da TV digital.

Testes

Apesar da inauguração de ontem, transmissões experimentais no sistema digital já vinham acontecendo há alguns meses em Curitiba. Durante os testes, qualquer pessoa que estivesse dentro da área de cobertura, que engloba toda a capital e parte da região metropolitana, e possuísse um conversor apropriado – o chamado set-top box – ligado à televisão já conseguia assistir a imagens digitais pelo canal 41 UHF.

Os testes foram realizados entre os meses de maio e julho deste ano, graças a uma parceria entre a UTFPR e a Associação das Emissoras de Radiodifusão do Paraná (Aerp), com apoio técnico e operacional da RPC.

Os resultados do estudo serão utilizados para a implantação da tecnologia nas outras emissoras da cidade e, segundo Telles, já estão disponíveis às redes interessadas.

Popularização deve demorar

Por enquanto, apenas a programação da Rede Globo pode ser vista de forma digital e em alta definição em Curitiba, através da RPC – parte da programação da noite de ontem já foi transmitida no formato. Mas outras emissoras da capital devem começar suas transmissões digitais nos próximos meses.

Segundo o presidente da Associação Brasileira de Emissoras de Rádio e Televisão (Abert) e diretor-executivo da Rede Massa, Daniel Pimentel Slaviero, cidades como Londrina, Maringá e Foz do Iguaçu deverão ter o sistema até o final de 2009. No caso da Rede Massa, por exemplo, ele informou que as transmissões deverão começar at&e,acute; o final de janeiro próximo.

Porém, não há motivos para pressa: o sistema analógico está previsto para funcionar pelo menos até 2016. Durante todo esse período, as transmissões deverão ser digitais e analógicas, simultaneamente.

Além do set-top box, alguns aparelhos de TV, telefones celulares, adaptadores para computador e aparelhos portáteis possuem a função digital. Outro requisito é uma antena do tipo UHF.

Entre as vantagens, as imagens em alta definição e no estilo “cinema”, com melhor aproveitamento da tela. O som também deve ganhar mais qualidade e, ainda, há maior possibilidade de interação. Para assistir aos programas em alta definição, também é necessário um aparelho de TV compatível (do tipo HDTV), que custa a partir de R$ 3 mil.