Técnicos querem solução para enchente

Em diversos países do mundo, as enchentes representam um dos principais problemas enfrentados pelas grandes cidades. No Brasil, São Paulo é uma das capitais que mais sofre e sente as conseqüências. Devido à falta de administrações que se preocupem com as inundações, basta chover um pouco mais forte para que toda a cidade fique alagada.

Ontem, no auditório Mário Braga de Abreu, na PUC, em Curitiba, o assunto foi discutido durante o workshop internacional “Soluções Tecnológicas em Hidrologia Urbana”. Técnicos e professores apresentaram propostas e soluções para amenizar os problemas ocasionados pelas enchentes.

O principal foco foi medidas adotadas através de parcerias entre a iniciativa privada e o governo da França, apresentadas pelo palestrante e professor da Université de Technologie de Compiègne, Jean-Claude Deustsch. Segundo ele, ações conjuntas são capazes de minimizar os problemas acarretados pelas inundações. “Não adianta apenas algumas empresas ou o governo, sozinho, adotar medidas para evitar as enchentes. Deve haver uma grande mobilização”, afirma. “Também não se pode acreditar na idéia falsa de que algumas partes da cidade nunca alagam”.

Medidas

Para combater as inundações, Jean-Claude sugere que sejam tomadas medidas para diminuir o tempo de escoamento das águas pluviais, fazendo com que elas cheguem mais lentamente nos rios, fator que a urbanização dificulta.

A primeira medida seria a adoção de bacias de retenção tanto em prédios quanto em áreas públicas, como praças. Essas permitiriam o acúmulo das águas da chuva e o controle da água escoada. “As bacias são uma entre as várias possibilidades para reter a água que podem ser adotadas. A finalidade é ter um espaço para a estocagem das águas pluviais, que deixariam de ir em grande volume para os rios”, declara.

Outras soluções seriam a implantação de um sistema viário com pavimentação porosa e o estoque da água em casas de tetos com terraços. No caso da pavimentação porosa, Jean-Claude explica que ela pode ser realizada com material preto (betuminoso) e branco (poroso) em base de brita, com um limite de diâmetro. A pavimentação porosa permitiria que a água se infiltrasse no solo e levasse mais tempo para chegar aos rios. “Todas as soluções apresentadas, se utilizadas em conjunto e por iniciativa de todos, não são muito caras. Os custos globais acabam sendo mais baratos.”

As águas pluviais não podem ser bebidas, tampouco usadas no preparo de alimentos, mas podem ser utilizadas para jardinagem, lavagens de carros e calçadas e em vasos sanitários.

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