Demora nos transplantes por falta de funcionários no HC

Assim que o operador de triagem Edenilson Ferreira da Silva descobriu, em janeiro deste ano, que a filha de 14 anos precisaria de um transplante de medula óssea, iniciou uma batalha para conseguir um doador. Ele fez uma campanha na qual foram cadastrados mais de 1,2 mil doadores.

Entre eles, deve ser confirmado, nos próximos dias, um doador compatível. A luta de Edenilson agora é para conseguir fazer a cirurgia, que só deve acontecer em maio de 2009.

A demora é devido à falta de funcionários no Hospital de Clínicas (HC), da Universidade Federal do Paraná (UFPR), que é referência no transplante de medula óssea. Segundo Edenilson, mesmo tendo plano de saúde, a cirurgia só pode ser feita pelo Sistema Único de Saúde (SUS) como forma de garantir a igualdade entre os pacientes.

No entanto, ele teme que a demora possa trazer mais problemas para a filha, que hoje passa por sessões de quimioterapia semanalmente e já tem a imunidade afetada. ?A minha preocupação é ela não agüentar esperar mais?, desabafa.

O HC informa, através de sua assessoria de imprensa, que falta apenas mais um exame para confirmar se o doador é mesmo compatível. Caso isso ocorra, a menina terá de entrar na fila de espera pela cirurgia, que pode demorar cerca de dez meses.

De acordo com o HC, existem outros pacientes na mesma situação e a legislação não permite mudanças na fila de espera. Apesar de o hospital ter 21 leitos para o transplante de medula, apenas 14 estão em funcionamento por causa da falta de funcionários, cuja contratação depende de concurso público.

Atualmente, o hospital realiza de 7 a 8 cirurgias por mês e conta com uma equipe de 17 médicos e 34 enfermeiros. Para funcionar com a capacidade total, precisaria de mais 4 médicos e 21 enfermeiros. 

Voltar ao topo