Nova manifestação contra a direção do Colégio Estadual

Um grande número de alunos do Colégio Estadual do Paraná (CEP), em Curitiba, voltou a se recusar a entrar em sala de aula ontem. Mesmo com as negativas da Secretaria de Estado da Educação (Seed), dadas pelo secretário Maurício Requião na semana passada, os estudantes continuam a pedir a saída da diretora da instituição, Maria Madselva Feiges, e eleições diretas para o cargo.

A volta dos protestos levou a secretaria a convocar, para a próxima quinta-feira, mais uma reunião para discutir a situação. Em uma nota escrita em forma de matéria jornalística, a Seed informou que a volta às aulas foi decidida ainda no período da manhã, em reunião realizada na sede do CEP com representantes dos professores, Sindicato dos Trabalhadores da Educação do Paraná (APP-Sindicato) e Núcleo Regional de Educação de Curitiba. Na mesma nota, a diretora afirmou que os professores que não estiverem em sala de aula terão os dias descontados. Já os alunos, disse ela, vão ser considerados faltosos e, caso não haja justificativa, correm o risco de perder as avaliações realizadas no período.

Do lado de fora do CEP, pais de alunos reclamavam da falta de diálogo com a direção da instituição. ?Mais uma vez, a diretora não quis receber os pais. Para mim, isso só comprova o que minha filha relata em casa: não existe diálogo e os alunos são tratados como delinqüentes?, disse a mãe Meire Rosa de Brito.

Com o Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA) na mão, a dona de casa Dirlene Pinheiro reclamava do impedimento da entrada dos alunos da manhã no perímetro do colégio e mostrava o artigo 16 da lei, que dispõe sobre a liberdade de ir e vir. ?Dizem que a medida é para segurança deles, mas aqui na rua há segurança para nossos filhos??, questionou. Segundo ela, muitos pais estariam com medo de participar dos protestos porque temem represálias do governo do Estado. ?Se meus filhos sofrerem punições, eu vou trocá-los de colégio?, explicou.

De acordo com a aluna do 3.º ano da manhã, Raquel Kucker, o medo de punições tomou conta de professores e funcionários da instituição. ?O pessoal da secretaria só analisa a situação burocraticamente. Eles não estão vendo o que está acontecendo aqui. Tem gente chorando todo dia com medo de perder o emprego?, disse.

Falando pela direção do CEP, a professora Cida Pinha afirmou que a restrição era apenas para a entrada dos alunos pelo portão da frente do prédio. ?Havia pessoas estranhas acessando o colégio. Agora, a comunidade entra pelo portão da frente, que está com acesso controlado, e os alunos pelos portões laterais?, explicou.

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