Linha Verde promete desafogar trânsito

Amanhã, a população de Curitiba começará a ver uma grande obra que promete fazer uma transformação urbana na cidade. Batizado de Linha Verde, o projeto prevê a revitalização da BR-476 (antiga BR-116) para a construção de uma grande via que vai ligar as regiões norte e sul da capital. No local haverá dez pistas de rolagem de veículos, duas canaletas para ônibus e doze estações-tubo. A primeira fase das obras, que deve ser concluída no ano que vem, começa no terminal de ônibus do Pinheirinho e vai até o bairro Jardim Botânico, onde serão instaladas oito estações-tubo. A Prefeitura ainda não tem previsão para o início da segunda parte do projeto – até o bairro Atuba, porém, as licitações podem iniciar assim que a primeira fase for finalizada.

No total, serão 9,4 quilômetros de extensão, em linha reta. De acordo com o prefeito Beto Richa, o principal objetivo da Linha Verde é melhorar as condições de trânsito da cidade e ?desafogar? o transporte coletivo, principalmente no eixo norte-sul, que é um dos mais críticos hoje. Para se ter uma idéia, só no terminal do Pinheirinho passam por dia 115 mil passageiros. Uma das linhas do projeto será justamente do terminal até o centro da capital, o que deverá atender 32 mil passageiros. As outras linhas serão do Atuba até o Centro e do Pinheirinho ao Atuba. ?A obra vai reunificar a cidade, vai trazer um grande desenvolvimento. Além disso, vamos utilizar um sistema diferenciado de transporte coletivo, com combustíveis que poluem menos o meio ambiente?, comenta o prefeito.

Foto: Aliocha Mauricio/O Estado

Beto: reunificação da cidade.

No primeiro trecho (Pinheirinho – Jardim Botânico) haverá oito estações-tubo. No segundo (Jardim Botânico – Atuba), mais quatro. Os ônibus utilizados serão do sistema expresso, porém, a Prefeitura ainda não confirmou se serão biarticulados.

A Prefeitura informa que as obras serão realizadas de maneira a não comprometer totalmente o trânsito da BR-476. Os técnicos vão iniciar o trabalho pelas chamadas vias locais – ao lado das marginais. A canaleta dos ônibus ficará no centro da via (onde hoje há um canteiro). As marginais serão paralelas à canaleta. O chamado Parque Linear vai compreender uma ciclovia de 5.900 metros e cerca de cinco mil árvores de espécies nativas e frutíferas. O embarque e desembarque permitirá o pagamento de uma única passagem no caso dos passageiros que utilizarem linhas alimentadoras. A sinalização será feita por semáforos. Cerca de 60 famílias foram relocadas para a realização das obras.

Segundo a Prefeitura, serão investidos na primeira etapa do projeto R$ 121,14 milhões. O nome Linha Verde substituiu o nome ?Eixo Metropolitano?, segundo Beto Richa, por ter ligação com o conceito de cidade ecológica. O projeto faz parte do Programa de Transporte Urbano, lançado pelo prefeito em setembro do ano passado. Os binários da Avenida Mário Tourinho, Brasília e Santa Bernadethe, que também fazem parte do programa, estão recebendo aporte de R$ 34,8 milhões.

Na Justiça

A primeira licitação para o desenvolvimento do Programa Transporte Urbano foi conturbada. Uma das empresas a Construcap, de São Paulo, não foi habilitada a participar, mas mesmo assim entrou na Justiça para que seu envelope também fosse aberto. Porém, segundo a Prefeitura, a empresa entrou com a ação depois do processo de habilitação. A Justiça deu ganho de causa à empresa, o envelope foi aberto, mas o BID (Banco Interamericano de Desenvolvimento) – que fornece parte do dinheiro para a obra – não aceitou negociar com a Construcap, pois ela não havia sido habilitada. Desta forma, essa primeira licitação foi revogada pela Prefeitura e em agosto de 2005 foi lançado novo edital. Na primeira licitação, o trecho compreendido era bem menor, do Pinheirinho ao viaduto da Avenida Marechal Floriano Peixoto. A segunda licitação contemplou o trecho atual.

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