Agentes de viagens de 5 estados boicotam a Gol

As regionais do Rio de Janeiro, Paraná, Santa Catarina, Distrito Federal e Rio Grande do Sul já aderiram à proposta da Associação Brasileira de Agentes de Viagem (Abav) de protestar contra a decisão da Gol, que reduziu o porcentual das comissões pagas aos agentes de viagem para 7% nos vôos domésticos e 6% nos vôos internacionais, ante 10% pagos anteriormente. A regional de São Paulo, a principal, com mais de 600 agências associadas, ainda não havia decidido ontem sua postura sobre o assunto.

Mesmo assim, o presidente da Abav-PR, Antônio Azevedo, diz ter se surpreendido com a adesão ao protesto verificada ontem entre as agências paranaenses. ?Estamos dando preferência a outras companhias, na medida do possível?, explica. No primeiro dia de ?boicote?, os agentes do Estado conseguiram deixar de colocar quase 90% dos passageiros que fizeram sua compra pelas agências em vôos da companhia. ?Mas os atacadistas aderiram em 100%?, acrescenta Azevedo, fazendo referência a grandes agências que agregam serviços de menores.

O presidente da entidade no Estado se mostra indignado com a medida adotada pela companhia. ?É um terço da remuneração que retiraram de forma completamente arbitrária?, justifica. Segundo ele, a alegação por parte da Gol de economia para o usuário não procede, uma vez que as comissões estão previstas nas planilhas tarifárias adotadas pela Agência Nacional de Aviação Civil (Anac). ?Ou seja, o valor já está embutido no preço das passagens?, traduz. Para ele, o protesto deve mostrar à companhia o papel dos agentes em sua lucratividade, uma vez que, no Paraná, as agências respondem por cerca de 75% das passagens emitidas.

A decisão da Gol foi anunciada em dezembro e previa a redução das comissões a partir do dia 1.º de janeiro. A previsão da empresa é de obter neste ano uma retração de gastos com a remuneração paga aos agentes de viagens entre R$ 95 milhões e R$ 105 milhões. Na época a empresa explicou que a medida faz parte do plano que prevê diminuir o custo operacional em 7% por assento-quilômetro durante o ano de 2007.

Ontem a companhia divulgou nota afirmando não compreender as razões do movimento promovido pela Abav, justificando praticar ?o mesmo comissionamento padrão das demais companhias aéreas?. A companhia informou ainda que as vendas de passagens estão ocorrendo normalmente e que não registrou queda na procura. 

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