Roteiros unem aventura, sol e mar

A costa recortada do litoral norte do Paraná passou a contar, desde julho de 2006, com o trabalho da Vela & Aventura, uma agência voltada ao turismo em áreas naturais. ?Oferecemos um serviço turístico inovador e exclusivo em nosso litoral, com deslocamentos a bordo de confortáveis e rápidas lanchas ou em veleiros. Desenvolvemos pacotes que formam módulos que permitem ao turista conhecer aos poucos o que há de melhor na Serra do Mar, nas cidades históricas, nas principais ilhas e no santuário ecológico da Baía de Paranaguá?, diz o empresário e velejador Denilson Padilha Fuchs, que aposta no fortalecimento do turismo no litoral paranaense.

Com apoio do Sebrae, o empresário curitibano, um apaixonado por esportes náuticos, buscou parcerias junto aos meios locais de hospedagem, restaurantes, pequenos produtores rurais e pequenos comerciantes da região, com o objetivo de oferecer roteiros turísticos para os pontos mais bonitos da Baía de Paranaguá e contar com a acolhida dos nativos. A agência trabalha com roteiros para a Ilha do Mel, Ilha das Peças, Ilha das Cobras, Antonina, Rio dos Medeiros, Ilha Rasa, Guaraqueçaba, Baía dos Pinheiros, Reserva do Sebuí, Rio Sambaqui, Canal do Varadouro e Marujá.

Guaraqueçaba, a mais antiga cidade do Estado, é um refúgio para quem aprecia a tranqüilidade da pequena cidade, aliada a uma exuberante vista para a Serra do Mar. Seu amanhecer envolto em brumas e o entardecer dourado das águas da baía compõem um cenário fascinante para seus visitantes. A Reserva do Boticário é uma ótima opção em Guaraqueçaba, com suas trilhas ecológicas e um delicioso rio de águas cristalinas e fundo de seixos. Mais à frente, sua maior surpresa será o barulho da queda de 80 metros do Salto do Morato, que proporciona um banho inesquecível em suas piscinas naturais.

Ele recomenda opções que só agora passaram a fazer parte de roteiros turísticos e garante que são ótimas alternativas para o ano inteiro, graças ao clima ameno do litoral paranaense também nos meses de inverno. ?Próxima da cidade de Guaraqueçaba, a Ilha Rasa é um refúgio perfeito para quem busca a tranqüilidade e o conforto de uma casa de veraneio, onde está instalada uma ótima pousada com toda a infra-estrutura que o turista busca para seu lazer?, explica Denilson Fuchs. Essa pousada, que atende com exclusividade a Vela & Aventura, conta com criação particular de ostras e peixes pescados ali mesmo para o preparo de refeições típicas da região. O passeio pela trilha que passa pela vila de pescadores é o convite perfeito para conhecer os costumes e o modo de vida dos moradores e se encantar com sua sabedoria e histórias do mar. Ao entardecer, há a revoada dos papagaios e biguás, dando um encanto especial ao local.

A Ilha do Mel, com suas diversas opções de hospedagem, restaurantes e bares, é a mais badalada.

De acordo com o velejador, a Reserva do Sebuí é uma reserva particular, onde há um alojamento para pernoite, trilhas na Mata Atlântica que levam às três cachoeiras, com piscinas naturais de água cristalina vinda da Serra do Mar. A reserva oferece ainda passeios muito agradáveis pelo Rio Sebuí e Rio Velho. São percursos de uma ou duas horas, por águas plácidas e cristalinas sobre fundo de areia. ?A floresta exuberante cria uma atmosfera de íntimo contato com a natureza, uma experiência marcante com a beleza da fauna e da flora do local. Os passeios com caiaque permitem ouvir os sons da água, dos pássaros, do coaxar dos sapos e de outros habitantes da floresta?, explica Fuchs.

Um safári fotográfico é destinado a fotógrafos iniciantes e avançados que queiram se aprimorar em fotografia ao ar livre e/ou fotografia da natureza, acompanhados por um profissional. O programa oferece exercícios de regulagem da câmera, uso das objetivas, uso de filtros, composição da imagem, cor, da luz e fotometria. Os participantes podem utilizar equipamentos digitais ou convencionais no formato 135 milímetros e captar imagens do pôr do sol, da Serra do Mar, pescadores, vilarejos, pássaros e pequenos animais silvestres, flores, árvores e das praias.

Baía de Paranaguá faz parte
da rota turística para observação
da flora e fauna.

Além disso, há a opção da prática da observação de aves, ou birdwatching, que envolve milhões de pessoas em todo o mundo. O Brasil é o País de maior biodiversidade e o terceiro colocado em número de espécies de aves em todo o mundo, com cerca de 1:700 espécies. O litoral do Paraná, por abrigar uma das maiores extensões de Mata Atlântica preservada do País, é um candidato natural à prática do birdwatching. Para tanto, o passeio conta com guia especializado no assunto e oferece variados destinos, tais como a Mata Atlântica em Morretes, o Lagamar em Antonina, ecossistemas de Guaraqueçaba e Superagüi, Reservas do Salto Morato e Sebuí.

Ilha das Peças é um santuário ecológico

A Ilha das Peças é a maior ilha da baía de Paranaguá e abriga algumas pequenas vilas de pescadores. A maior parte de seu território é deserta e coberta pela Mata Atlântica e manguezais importantíssimos para o ecossistema da região. Possui algumas pequenas pousadas e restaurantes à beira-mar. Na foz do Rio das Peças há uma pequena enseada onde os botos costumam pescar, proporcionando um espetáculo ímpar devido à sua mansidão e à proximidade com a praia e as pessoas.

Protegida pela Baía dos Pinheiros, a Ilha dos Papagaios é a sensação do local devido à revoada de centenas de casais de papagaios-de-cara-roxa. Como ali não há predadores, este simpático papagaio a utiliza para o seu pernoite seguro, depois de ter passado o dia se alimentando na Serra do Mar. O pôr do sol coincide com essa revoada, conferindo aos privilegiados turistas um dos mais belos espetáculos desse santuário ecológico. Essas aves chegam sempre em casais, conferindo um ar de romantismo ao local.

Esse complexo estuarino, o último não poluído da costa brasileira, é considerado por organizações internacionais de proteção à natureza como um dos mais importantes criadouros de espécies marinhas do Atlântico Sul. O trecho faz parte da região declarada pela Unesco como Reserva da Biosfera.

Os moradores das cidades e ilhas do litoral do Paraná têm na atividade da pesca sua principal fonte de renda. A grande maioria descendente de portugueses, negros e indígenas, os chamados caboclos receberam influência dos povos árabes e de outras etnias, que chegaram ao Paraná por meio de Paranaguá. Seus costumes e hábitos, ligados às tradições religiosas dos portugueses, estão presentes em festas religiosas e em manifestações culturais e artísticas. O fandango é um exemplo disso.

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