Sobrevivente relembra tragédia aérea no Peru

O paranaense Wagner Andolfato de Souza certamente viu o acidente do vôo 1907 na sexta-feira passada de uma maneira bem particular. O técnico de automação de 26 anos era um dos dois brasileiros que estavam a bordo do Boeing 737-200 que caiu em agosto do ano passado na Amazônia Peruana. ?Ao ver as imagens do acidente com o avião da Gol, foi como se um filme passasse na minha cabeça, já que as semelhanças são enormes?, conta. No acidente, 40 pessoas morreram.

O Boeing da empresa Tans ia de Lima para Pucallpa e se partiu em dois no ar, durante uma tempestade. O aparelho caiu a apenas três quilômetros do aeroporto de destino, em meio à selva. ?O que mais me comoveu foi ver as famílias em busca de notícias. A primeira coisa que fiz quando o avião caiu foi ligar para o meu pai no Brasil e dizer que estava vivo. Ele soube antes que a imprensa?, lembra. ?É difícil pensar no que dizer para essas pessoas. Apenas que a morte nesse caso é rápida. Não se percebe que se está caindo. Só depois que está no chão.?

Wagner sofreu queimaduras por causa de uma explosão durante a queda, mas hoje diz que tem apenas pequenas manchas que o lembram do acidente. ?O que mudou de principal na minha vida foram os valores. Antes eu costumava passar até 50 dias fora de casa, tudo para faturar mais. Faz dois meses que mudei de emprego só para passar mais tempo perto da minha família. Ainda mais que a questão de quem vive e morre é pura sorte. Todos que estavam quatro fileiras na minha frente morreram. E eu cheguei duas horas antes do embarque. Podia ter escolhido sentar em qualquer lugar.?

Paranaenses

Três paranaenses estão entre os ocupantes do vôo 1907 da Gol. Além da médica Keila Bressan, de 31 anos, que morava há um ano em Manaus e viajava com o marido, também estavam no avião o comissário Rodrigo de Paula Lima, de 24 anos, que morava em Colombo, e o curitibano Rolf Fernando Gutjar. Ele estava em Manaus recebendo um prêmio da federação das indústrias do Amazonas.

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