O Senhor Jornal registrou o dia em que Curitiba parou

SELO250706.jpgUma euforia incomum tomou conta de Curitiba no dia 17 de julho de 1975, dia em que nevou, pela segunda vez, na cidade (a primeira foi em 1928). Com a manchete "Curitiba branca de neve", O Estado do dia seguinte explorou em quatro páginas o acontecimento, caprichando nas fotos.

O jornal destacou o clima de confraternização e a alegria que tomou conta da cidade. Segundo a reportagem, ninguém pensou no trabalho. As crianças encheram as ruas e praças e logo começou um desfile de bonecos de neve. Também foram reveladas algumas curiosidades, como o recorde de venda das lojas de máquinas e filmes fotográficos, a corrida às lojas de roupas, a invasão de turistas na capital, o congestionamento das linhas telefônicas e até a libertação de alguns presos de baixa periculosidade.

Mas O Estado não esqueceu de mostrar, também, o contraponto à euforia. Uma reportagem mostrou a realidade das favelas, onde os moradores não tinham como se proteger do frio. Naquela madrugada, três pessoas morreram de frio. O jornal divulgou também os prejuízos causados às lavouras (principalmente as de trigo e café) no interior do Estado e as medidas adotadas pelo governo.

Numa retrospectiva do fenômeno meteorológico, 15 anos depois, na edição de 17 de julho de 1990, o jornal contou a história do comerciante Edemir Edith Skroch, que guardou em seu freezer um boneco de neve feito na ocasião por mais de dois anos. Ano passado, 30 anos após o fenômeno, O Estado publicou nova matéria em que frustrou o sonho de quem quer ver novamente neve em Curitiba. "Posso adiantar aqui: 110% de certeza de que não neva mais em Curitiba por causa da poluição do homem, a indústria, o efeito estufa, que aqueceu de tal forma a nossa região que não há essa possibilidade", disse ao jornal de 17 de julho de 2005 o meteorologista aposentado Oswaldo Iwamoto.

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