Há exatos sessenta anos, o mundo assistia ao fim de um dos episódios mais marcantes de toda a história, a Segunda Guerra Mundial. As lembranças são tristes para pessoas de diversas nacionalidades, inclusive brasileiros. O conflito, que ocorreu entre os anos de 1939 e 1945, opôs países aliados de feição ideológica democrática (Polônia, Reino Unido, França, Rússia, Estados Unidos e China) ao bloco das potências do Eixo, de cunho totalitário (Alemanha, Itália e Japão).
A participação brasileira se deu nos anos de 1944 e 1945. O País entrou na guerra como aliado do quinto exército americano, enviando cerca de 25 mil homens à Itália. ?Ao contrário do que muitos pensam, o Brasil teve uma participação efetiva na guerra. Os soldados brasileiros não foram à Itália a passeio e, apesar de não terem recebido o mesmo treinamento que os americanos, foram considerados bons combatentes?, afirma a pesquisadora Carmem Lúcia Rigoni, autora do livro Nas Trilhas da Segunda Guerra Mundial.
Diante de todos os horrores da guerra, brasileiros também perderam a vida, passaram frio e fome, carregaram pessoas estilhaçadas vítimas de explosões de granada e viram amigos perderem a vida nos campos de batalha. No final, muitos voltaram ao País com um enorme sentimento de frustração. ?Os soldados chegaram ao Rio de Janeiro cheios de alegria e descobriram que a Força Expedicionária havia sido dissolvida enquanto eles estavam no mar. Eles vinham de uma democracia ampla e não encontraram o mesmo no Brasil. Esperavam ser recebidos como heróis e isso não aconteceu?, comenta a pesquisadora. ?Muitos eram agricultores e não conseguiam mais se adaptar a suas realidades. Não sabiam o que fazer da própria vida.? Os pracinhas ainda vivos (Carmem acredita que eles sejam cerca de 5 mil) ainda guardam muitas lembranças amargas, inclusive sobre um dos episódios mais marcantes envolvendo o Brasil: a tomada de Monte Castelo na Itália, em 21 de fevereiro de 1945. Do total de brasileiros enviados à guerra, 1,3 mil eram do Paraná. Um paranaense tido como herói é Max Wolff Filho, que morreu tentando liberar a cidade de Montese dos alemães que tentavam impedir o avanço de tropas aliadas.