Vida de Solteiro, novo reality show da MTV, promete não cair na “apelação”

O que pensam os solteiros, aonde vão, quais são suas prioridades e angústias. A partir do dia 16, vai ser possível “espiar” essas e outras curiosidades no inédito Vida de Solteiro, o novo “reality show” da MTV. O programa terá 12 capítulos e, como o próprio nome sugere, vai revelar o dia-a-dia de seis jovens “livres, leves e soltos” três homens e três mulheres com idade entre 20 e 30 anos.

“A intenção é mostrar como os solteiros vivem e lidam com os relacionamentos hoje em dia, que é muito diferente, por exemplo, de 10 anos atrás”, explica Raquel Affonso, diretora de núcleo e idealizadora do programa. No Vida de Solteiro, porém, não há qualquer tipo de competição. “Os participantes não estão disputando nada entre si. Não é um jogo”, esclarece Fepa Soares, diretor da nova atração. Os jovens também não vão receber cachê ou qualquer tipo de prêmio. A participação foi motivada pelo desejo de ter o cotidiano exibido na tevê e pela identificação com a proposta. “É uma oportunidade de tranqüilizar os solteiros. Sou cercada de amigas tensas por não terem namorado ou por não serem casadas”, revela Rachel Parone, uma das participantes.

Documentário

Outro diferencial é que o programa tem um “toque” de documentário. Os jovens não vão estar confinados em uma casa, mas sim vivendo o seu próprio dia-a-dia. “O objetivo é observar o comportamento humano, mas sem apelações. Procuramos interferir o menos possível no cotidiano dos participantes”, explica Raquel Affonso. Para conseguir essa pouca intervenção, a MTV acompanhou os jovens, por cerca de dois meses, no trabalho, nas noitadas, em passeios e filmou tudo com teleobjetiva, uma lente que capta imagens à distância. A equipe fez questão de ficar afastada dos jovens para garantir a naturalidade das situações. “Eu até me esquecia que estava sendo filmado. A câmara era pequena e a equipe foi muito discreta”, relembra Carlo Barbieri, que também participou do programa. Essa opção de filmagem teve ainda a intenção de dar ao telespectador a sensação de estar observando tudo de longe. “A câmara tem um quê de espiã”, revela Fepa.

Além das precauções no momento das gravações, a MTV também teve um cuidado especial ao escolher os participantes. Uma equipe de “casting” foi contratada pela emissora apenas para esse trabalho. Foram cerca de 90 pessoas pré-selecionadas e através de entrevistas chegou-se aos seis jovens. “Queremos traçar um panorama de como é ser solteiro atualmente e para isso precisávamos de pessoas com perfis específicos e com estilos bem diferentes”, explica Raquel Affonso. Para embasar o Vida de Solteiro, a MTV fez uma enquete com seu próprio público e também utilizou dados de uma pesquisa do Ibope. As informações coletadas vão entremear os episódios, ilustrando os acontecimentos da vida de cada jovem.

“Novela”

Ao contrário do que ocorreu em 20 e Poucos Anos, o primeiro “reality” da MTV e da tevê brasileira, em que os participantes se reuniam semanalmente e o debate entre eles era filmado, no Vida de Solteiro os jovens se encontram apenas em ocasiões específicas: na gravação da vinheta de abertura, durante a preparação de uma festa que organizam entre si e na própria festa. Nos outros momentos eles vão aparecer separados. A edição foi feita de maneira sincrônica e as histórias dos participantes são “costuradas” pelo fator tempo. “O primeiro capítulo vai mostrar o que eles fazem em uma sexta à noite. O segundo, em uma manhã. Enquanto um está acordando para surfar, outro está chegando de uma rave”, conta Fepa Soares. O diretor também procurou fazer a edição no estilo “novela”. “Eu criei ganchos entre os capítulos. Por exemplo, um dos capítulos termina com um jovem na balada. Será que ele vai conhecer alguém?”, instiga Fepa.

Encontrar um par é sempre um assunto recorrente na vida de um solteiro, por mais que esteja em paz com a solteirice. Como a maior parte do público da MTV é formado por “avulsos”, o programa tem tudo para acertar o alvo. Mas além do interesse no tema em si, a emissora está esperando uma identificação dos espectadores com os próprios participantes. “Acho que o público vai se reconhecer nas situações exibidas. Vai ser uma troca de vivências”, imagina Fepa.

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