Mostra da coleção do Instituto Inhotim chega a São Paulo

A crise econômica também afetou o Inhotim, em Minas Gerais. “As aquisições no ano passado foram bem ruins”, diz o diretor artístico da instituição, Rodrigo Moura. “Temos bons projetos de publicações e exposições, mas não adianta a gente querer ir contra uma realidade econômica. Teremos também de pensar outras estratégias de pavilhões”, conta o curador. Ele cita que, apesar de adiamentos, a galeria dedicada à fotógrafa Claudia Andujar, cuja construção foi iniciada há dois anos, tem inauguração programada para o segundo semestre no instituto localizado em Brumadinho.

Mas, enquanto isso, Inhotim vem se dedicando, desde o ano passado, a um projeto até então inédito, o de fazer circular um conjunto expressivo de obras de sua coleção por algumas instituições brasileiras. Primeiramente, a Fundação Clóvis Salgado – Palácio das Artes, de Belo Horizonte, recebeu a exposição Do Objeto para o Mundo, com cerca de 50 trabalhos históricos e contemporâneos, dignos de museu, de 29 artistas. Agora, é a vez de São Paulo receber a mostra, que será inaugurada nesta quarta-feira, 1º, no Itaú Cultural com performance criada pela californiana Channa Horwitz (1932-2013).

Já na primeira sala da exposição, o Livro da Criação, de Lygia Pape, é uma das mais importantes peças do neoconcretismo brasileiro, datada de 1959-60. De frente para ele, está o Livro Obra Exemplar C (1983), de Lygia Clark, e três Relevos Espaciais (1959) de Hélio Oiticica. “Nos últimos 6, 7 anos, viemos desenvolvendo uma parte mais histórica do acervo que até então não havia sido exibida”, afirma Rodrigo Moura. Trabalhos importantes também como Situación de Quatro Placas de Aluminio (1966), de David Lamelas (que participa na quinta, 2, às 20h, de conversa com o público), e o portfólio completo de 48 fotografias em preto e branco, que Kiyoji Otsuji realizou entre 1956 e 1957 como documentação das ações do grupo Gutai, estão entre as compras recentes do instituto mineiro que não foram ainda expostas no próprio Inhotim.

A exposição, cuja concepção foi realizada em parceria com a Fundação Clóvis Salgado e com o Itaú Cultural, é formada por segmentos que, como explica Moura, traduzem os preceitos da própria coleção de Inhotim – um acervo “multinacional, de artistas de muitas gerações, de arte internacional em diálogo com a arte brasileira e de arte brasileira em diálogo com a arte internacional”. Sendo assim, trabalhos históricos e contemporâneos dialogam por toda a mostra, que ocupa três pisos do Itaú Cultural e está formada pelos segmentos Neoconcretismo, Ontem e Hoje; Gutai e Além; Anos 1960, Circulação e Virtualidade; Acionismos e Artes do Corpo; Percepção e Ilusão; e Som e Visão. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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