38ª Mostra Internacional de Cinema homenageia Almodóvar

A projeção do símbolo da produtora El Deseo na tela de cinema é cercada de significados para quem acompanha a carreira de Pedro Almodóvar. É com essa marca que o cineasta espanhol se tornou popular na dobradinha público e crítica.

Principal homenageado desta Mostra Internacional de Cinema de São Paulo, o cineasta é tema de uma retrospectiva que abarca o período pré e pós a criação da El Deseo, em 1985.

Esse é um dos raros casos em que a Mostra decidiu dedicar seu principal programa a um autor cuja obra está totalmente disponível em DVD no Brasil. Mas, para quem é fã da projeção em película, a melhor notícia é que nove dos 15 filmes dessa retrospectiva estão em 35mm.

Sempre borradas por um rubro dramático, suas obras também implicam em um calculado exagero, além do posicionamento político das representações femininas.

Na seleção organizada nesta edição, além de títulos que o consolidaram internacionalmente, como ‘Tudo sobre Minha Mãe’ e ‘Fale com Ela’, é importante grifar as produções do começo de sua carreira, como ‘Labirinto de Paixões’ e ‘Maus Hábitos’, assim como aquelas que o alçaram ao posto de autor: ‘A Lei do Desejo’ e ‘Ata-me’, nesse ponto, são cruciais para entender quão sinuosos podem ser seus personagens.

Uma retrospectiva, enfim, para aqueles que gostam de cortar cebolas ao som de ‘Ne Me Quitte Pas?’

Almodóvar por ele mesmo

“A tese do filme consistia na proposta de um universo feminino onde tudo é idílico e maravilhoso. O único problema que persiste nesse paraíso terrestre é que os homens continuam a abandonar as mulheres”, sobre Mulheres à Beira de um Ataque de Nervos.

“Fala de algo muito duro e ao mesmo tempo muito humano, que é a minha visão do desejo”, sobre A Lei do Desejo.

“É, sem dúvida, um dos filmes mais intensos que já fiz”, de Tudo sobre Minha Mãe.

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