Entrevista exclusiva

Gaúchos do Nenhum de Nós se apresentam em Curitiba

Com quase 30 anos de carreira, os gaúchos do Nenhum de Nós desembarcam em Curitiba para um show neste sábado (26). Sem fórmulas prontas e com uma legião de fãs, a banda chegou ao topo das paradas nos anos 80 com “Astronauta de mármore” – cover de “Starman”, do clássico álbum The Rise and fall of Ziggy Stardust, de Bowie – e também “Camila, Camila”. De lá para cá se estabeleceu como cult e cerebral.

Em todos esses anos o quinteto passou pelas diversas mudanças do mercado fonográfico e as variadas formas de consumo dos fãs. “De certa forma, fazer as coisas mais ou menos do mesmo jeito é quase um ato de rebeldia. Procuramos preservar nosso processo de criação, mas produção e distribuição não”, disse ao Paraná Online Carlos Stein, guitarrista do grupo.

A partir dos anos 90, o Nenhum de Nós consolidaria o sucesso alcançado na década anterior e se transformaria em uma das primeiras bandas a emplacar de forma independente, sem a ajuda das grandes gravadoras. Justamente em 1994, sai o primeiro disco acústico – formato que seria decisivo desde então para o batismo de sangue um artista. E é justamente com uma formatação desplugada que a banda se apresenta na capital paranaense.

Segundo Stein, tocar só com violões já faz parte da essência do Nenhum de Nós. “É muito natural na nossa musicalidade Folk/Pop/Rock. Além do mais, nos permite revisitar o arranjo de algumas canções, coisa que gostamos muito de fazer”, completou o guitarrista, que é também um dos fundadores dos Engenheiros do Hawaii, outra importante banda do Rio Grande Sul.

Música popular gaúcha

A cena musical gaúcha tem grande representatividade no país, tendo o Nenhum de Nós, os Engenheiros do Hawaii como principais porta-vozes da geração de 1980. Nomes como o do veterano Nei Lisboa e do já-não-novo-assim quarteto Cachorro Grande são a prova de que o cenário por lá é fértil.

Ainda assim, Stein lembra que a crise que atinge a música não passou incólume pelo Rio Grande do Sul. “Parece estar passando por uma fase difícil para quem está começando, o que é uma pena. Certamente tem gente muito talentosa que está desistindo por isso. Mas são contingências que infelizmente não atingem só a música. Ela só parece ser atingida primeiro”, arrematou.