Em boa forma

Clássico álbum do Iron Maiden chega aos 30 anos

Antes de mais nada, um aviso. O que o leitor irá acompanhar aqui foge da isenção jornalística. Não dá para simplesmente usar a frieza habitual da profissão na hora de falar de uma banda como o Iron Maiden, na qual, na minha opinião, é o principal expoente do heavy metal. 

Portanto, só continuem a ler estas linhas se não se importar em ler um texto que exalta o álbum de uma banda com mais de 30 anos de estrada. Se este não é o seu caso, fico o aviso para encerrar por aquie a leitura.

Continuou? Então está certo. Neste ano, o clássico álbum Powerslave, quinto da carreira do longevo e prolífico grupo britânico (conto apenas álbuns de fato, ignorando os EPs lançados antes dele), completa 30 anos em 2014. É isso mesmo. Aquele bolachão sensacional tornou-se um “tiozão”.

Assim como o vinho, Powerslave fica melhor a cada ano que passa (não por um acaso, os fãs sempre pedem música deste disco nas apresentações ao vivo). Cada audição nova mostra o potencial deste disco incrível, que certamente é um dos preferidos dos fãs do Iron Maiden. E olha que estamos falando de uma banda que é uma máquina de criar discos sensacionais, que já nos presenteou com álbuns como The Number of the Beast, Piece fo Mind, Seventh Son of a Seventh Son (cuja turnê de aniversário passou por Curitiba, inclusive), entre outros.

É difícil não sentir um frio na espinha (desde que, claro, o leitor aprecie o gênero e a banda) ao colocá-lo para tocar. Como não se empolgar e cantar junto com o Bruce Dickinson os versos de Aces High? Ou de imitar o riff de Two Minutes to Midnight? Ou ainda tentar decorar a extensa letra da épica Rime of the Ancient Mariner (música com pouco mais de 13 minutos de duração?).

A qualidade do álbum refletiu-se nos números. Powerslave atingiu as primeiras colocações na Inglaterra, além de obter números expressivos em diversos países, como Canadá, Estados Unidos, Reino Unido, entre outros.

O resultado disso gerou uma das maiores turnês do Iron Maiden. Foram nada mais, nada menos, do que 300 apresentações da turnê World Slavery Tour, cujo palco seguia a temática do álbum, que era a cultura egípcia, com direito a sarcófagos, pirâmedes, esfinges e um Eddie, o mascote da banda, usando bandanas como uma múmia. Essa turnê passou pelo Brasil, no longínquo ano de 1985, na primeira edição do Rock in Rio.

A banda nesta época apresentava um entrosamento monstruoso. Bruce Dickinson atingia performances incríveis. O duo de guitarras, formado por Adrian Smith e Dave Murray, mostrava que, para fazer música boa, não havia a necessidade de ter que tocar 5930 notas por segundo. Nicko McBrain, o baterista, seguia com sua simplicidade eficiente e o chefão e baixista Steve Harris mostrava ser um mestre no domínio do seu instrumento musical.

Até poderia me alongar e escrever mais linhas sobre esse excelente álbum. Mas, em vez disso, deixo a dica para você, que ainda não conhece esse disco (é sério isso? em que mundo você vive?) aprecia-lo e para aqueles, assim como eu, que já perderam as contas de quantas vezes o ouviram, botar para ouvir no volume máximo mais uma vez.

Up the Irons!

Detalhes técnicos

Faixas
   
1.     “Aces High” (composta por Steve Harris)  4:30
2.     “2 Minutes to Midnight” (composta por Adrian Smith e Bruce Dickinson) 6:02
3.     “Losfer Words (Big’ Orra)” (composta por Harris) 4:13
4.     “Flash of the Blade” (composta por Dickinson) 4:06
5.     “The Duellists” (composta por Harris) 6:08
6.     “Back in the Village” (composta por Smith e Dickinson) 5:03
7.     “Powerslave” (composta por Dickinson) 6:50
8.     “Rime of the Ancient Mariner” (composta por Harris) 13:35

Integrantes

Steve Harris – baixo,, segunda voz
Bruce Dickinson – voz
Adrian Smith – guitarra, segunda voz
Dave Murray – guitarra
Nicko McBrain – bateria

Técnica

Martin Birch – produtor e engenheiro
Frank Gibson – engenheiro assistente
George Marino – masterização
Simon Heyworth – remasterização
Derek Riggs – capa, design, design da capa, ilustração da capa
Rod Smallwood – design, designe da capa
Ross Halfin – fotografia
Moshe Brakha – fotografia

Veja os vídeoclipes de Aces High e Two Minutes to Midnight