Novela ‘Joia Rara’ revisita episódios históricos

Até o mais desavisado dos telespectadores notará que a novela das 6 da Globo muda de script nesta segunda-feira, 16. Sai a luz tropical predominante de Flor do Caribe, entra a textura de neblina dos Himalaias, ponto de partida de Joia Rara. A autoria é de Duca Rachid e Thelma Guedes, dupla que deixou as melhores referências à faixa das 18h da Globo com Cordel Encantado. E a direção, idem, é da mesma turma de Cordel, sob o comando de Amora Mautner, no núcleo de Ricardo Waddington, que também imprimiu seus créditos à aclamada Avenida Brasil.

Por aí o espectador já pode ter uma ideia de onde está pisando. Mesmo o elenco encontra vários nomes coincidentes com Avenida Brasil, a começar pela pequena Mel Maia, que foi Rita/Nina na primeira fase da trama das 9. Agora filha do milionário Franz Hauser (Bruno Gagliasso) e da operária Amélia (Bianca Bin), a menina é o alvo central do novo enredo.

A ela está reservada a alma do líder espiritual Ananda Rinpoche (Nelson Xavier) e será ela o foco da busca dos monges vividos por Caio Blat e Angelo Antonio, discípulos de Ananda, que procuram pelo ser reencarnado. “É raríssimo acontecer, segundo o budismo, a reencarnação de um lama em uma menina, mas existe”, assegura Duca.

O público saberá de imediato que a menina é quem os monges procuram. Mas a busca tomará uns bons anos da trama. No momento em que as pistas os chamam ao Brasil, explode a 2ª Guerra e eles são forçados a esperar até 1945 para viajar.

“Não é documentário, estamos contando uma ficção e é claro que há licenças poéticas. Nos anos 30 ou 40, seria impensável que monges viessem do Himalaia para o Brasil”, admite Thelma. O enredo, no entanto, é bom pretexto para levar o público ao contexto histórico da guerra e da Intentona Comunista, outro episódio que determina os rumos dessa prosa.

A história começa no início dos anos 30, quando Franz cria um vínculo profundo com Ananda. Vítima de uma avalanche nos Himalaias, foi parar no mosteiro liderado por ele. De volta ao Brasil, o rapaz se casa com Amélia, contra a vontade do pai, o industrial Ernest Hauser – “quase um nazista”, avisam as autoras -, personagem que põe José de Abreu de novo na condição de vilão. No círculo dos malvados, ele não está só: conta com a imprescindível companhia de Manfred (Carmo Dalla Vecchia), seu filho bastardo com a governanta Frau Gertrude (Ana Lúcia Torre).

Mal dá à luz, Amélia será acusada de comunista, um crime para a época, e ficará dez anos presa. E não que a novela se prontifique a apresentar comunista como criminoso de fato, mas a operária só foi parar na prisão por obra de uma emboscada do sogro.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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