Mulher de múltiplos talentos assume FCC

O prefeito Luciano Ducci acaba de anunciar o nome de Maria Christina de Andrade Vieira como nova presidente da Fundação Cultural de Curitiba. Ela irá assumir no próximo dia 1.º, no lugar de Paulino Viapiana, que será o novo secretário de Estado da Cultura do Paraná. Nascida na capital paranaense, Maria Christina tem um currículo extenso. Ela é formada em Filosofia, com licenciatura em Psicologia. É especialista em Antropologia Social, Marketing e História da Arte. Foi professora de
Filosofia da PUC-PR, diretora executiva da Associação Cultural Avelino Vieira (do antigo banco Bamerindus), idealizadora do Natal no Palácio Avenida, presidente da Associação Comercial do Paraná, entre outras funções.

Hoje, O Estado conversa com esta mulher de múltiplas formações para saber quais são seus planos na nova função que irá desempenhar e o que se pode esperar de novidades no cenário cultural curitibano.

O Estado: Quais os planos para a próxima gestão da FCC?

Maria Christina: Os planos são, em princípio, manter todos os projetos existentes. Penso em tentar ampliar iniciativas para que a cultura curitibana seja menos elitizada. Fazer com que a produção cultural atinja mais as populações sem acesso, de baixa renda ou que não tem muito conhecimento. A prefeitura oferece uma agenda bastante rica de projetos, com preços absolutamente acessíveis. Mesmo assim, as pessoas sentem dificuldade de ultrapassar algumas barreiras, que muitas vezes são físicas. Elas não estão familiarizadas com certas atividades culturais e se sentem constrangidas.

O Estado: Existem metas a serem cumpridas a curto e médio prazo?

MC: As metas da Fundação se estabelecem por si só, pois há um calendário de projetos que podem ser desenvolvidos e ampliados. Eu gostaria de trabalhar com metas mais pontuais, como acontece na iniciativa privada. Porém, a Fundação tem profissionais de carreira, o que é bastante positivo, e são eles que vão definir as metas em seus setores. Eu não vou determiná-las. É preciso salientar que a Fundação não tem contratações desde 1993, quando foi realizado o último concurso público. Mesmo assim, assumo uma gestão em que se deve aumentar a produtividade e manter excelência de atendimento. Não há perspectiva, no cenário de 2011, de aumento do quadro. Isso já é um dado que eu tenho concreto.

O Estado: Haverá mudanças nos trabalhos já desenvolvidos na FCC?

MC: Sou uma pessoa que está de passagem pela Fundação. Não me envolvi com política partidária, embora seja adepta da gestão do prefeito Luciano Ducci e do novo governo estadual. Acho que vamos fazer boas parcerias. Não há intenção nenhuma de mudanças, mas toda intenção de transformações.

Não há porque mexer no que está indo bem e é esta também a orientação da prefeitura. Pelo que tenho visto, todos os projetos desenvolvidos são positivos, embora possam ser melhorados.

O Estado: A senhora vai assumir e, logo no início da gestão, ter que encarar o Festival de Música, o Carnaval e o aniversário de Curitiba. Como vem se preparando para isso?

MC: Também tem o Festival de Curitiba, que não é da prefeitura, mas apoiado por ela. Estou tentando resolver coisas pessoais e profissionais para já chegar à Fundação falando a mesma língua dos demais integrantes da equipe. Estou me preparando emocionalmente e com informações sobre o calendário básico da Fundação.

O Estado: Que novos projetos devem ser desenvolvidos com o intuito de incentivar o desenvolvimento de atividades artísticas em C,uritiba?

MC: Tenho alguns projetos. O prefeito brincou dizendo que eu era muito ousada e que era para eu pensar sem nenhuma restrição. Acho que esta carta branca, de certa forma, vai ser positiva. Eu vou viajar na maionese. Vou pensar grande, mas isso não quer dizer que as coisas vão acontecer. O orçamento da Fundação é absolutamente modesto. Nós temos que correr atrás de dinheiro privado e acho que esse dinheiro existe. Eu tenho ideias, mas preciso amadurecê-las. Então, acho que seria prematuro revelá-las. É preciso pesquisar um pouco mais para transformá-las em projetos viáveis.

O Estado: Acredita que alguma área específica da cultura deva ser fortalecida na cidade?

MC: Sinceramente, eu gostaria de pesquisar isso junto ao público que é consumidor da arte. Gostaria de ter dados mais efetivos. Como eu disse, o orçamento não permite que a gente trabalhe como seria de praxe na iniciativa privada, mas quero saber o perfil do público, onde ele está e como chego até ele. Vou fazer todo esforço para saber quem é o público potencial consumidor e o que ele gostaria de consumir, criando canais de comunicação.

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