Música

A herança africana de Sandra de Sá

Uma das vozes femininas mais marcantes da música brasileira está de volta. A carioca Sandra de Sá acaba de lançar o seu mais novo trabalho, AfricaNatividade – cheiro do Brasil.

Com todo o swing e levada soul, uma das características do trabalho da cantora, o novo CD vem recheado de material inédito e traz ainda três releituras de seus trabalhos anteriores.

De acordo com a cantora, o novo trabalho privilegia a “música cultural” em detrimento da “música entretenimento”. “O AfricaNatividade vem para carimbar o que chamo de “Música Preta Brasileira (MPB)’. Optei em seguir essa linha para fazer um resgate das nossas culturas. Minha intenção é sacudir o povo, nossas origens, buscar heranças culturais da África que estão em nossas cabeças e nossas almas”, revela.

Ela diz também que é preciso ouvir o álbum para entender melhor o conceito. “Acho importante dar esse destaque para cultura nesse trabalho. Felizmente, as pessoas que escutaram o disco entenderam qual era a minha intenção”, afirma.

Sandra de Sá garante que o CD vem correspondendo todas as suas expectativas e que as críticas até o momento vem sendo bem positivas. “O AfricaNatividade foi lançado no último dia 29. Estou muito feliz com o resultado alcançado e isso vem se refletindo nas críticas, que têm sido favoráveis a esse novo trabalho”, garante.

Diferente do que manda a “cartilha” dos artistas, em lançar um CD e sair pelo Brasil fazendo shows, a cantora conta que existe um projeto grande envolvendo a turnê do seu novo disco.

“Não quis seguir esse padrão mais comercial. Tenho o objetivo de fazer o que estou chamado de “documental’, que é uma mistura de documentário cultural com documentário musical. Quero visitar quilombos, tocar com essa gente. Estou conversando com embaixadores de países da África para fazer um intercâmbio com artistas de lá. Portanto, é uma proposta muito maior do que simplesmente sair em turnê nos grandes centros. Quero ver se é possível realizar apresentações em cidades menores. Tudo isso para mostrar a força dessa AfricaNatividade”, garante.

Outro motivo alegado por Sandra de Sá por não ter planejado essas apresentações deve-se ao fato de que a cantora está com a agenda lotada para esse carnaval.

“Vou puxar o samba-enredo da escola de samba Leandro de Itaquera, de São Paulo. Depois, vou para Recife me apresentar no tradicional Galo da Madrugada. Quero ver ainda se consigo pegar o carnaval de Salvador, mas não tem nada certo ainda. No dia 15, vou desfilar por uma das minhas grandes paixões, que é a Estação Primeira de Mangueira, em que eles vão homenagear a música brasileira e eu estarei lá. Aliás, não tenho palavras para descrever essa emoção. Fazer parte de uma homenagem dessas e pela Mangueira é algo inefável. Vou cortar os meus pulsos e ver se dá para colar de novo. Se não der, tudo bem, vou morrer feliz”, brinca.

A cantora também não vê a hora de voltar a tocar na capital paranaense, lugar em que afirma ter um carinho especial. “O público de Curitiba sempre me impressiona positivamente. Já fiz shows em teatro em que o público todo estava dançando. Por mais que falem que o pessoal seja um pouco fechado, basta saber como chegar que eles começam a se soltar. Já tive experiências ótimas tocando em Curitiba”, garante.

Ela diz também que seus grandes sucessos estarão presentes nos shows. “O pessoal pode esperar que músicas como Joga fora no lixo e Bye bye tristeza. Se a gente não tocar, basta pedir. Acho o máximo quando o pessoal pede os sucessos do passado. Já cheguei a fazer uma apresentação a capela de Solidão e foi muito emocionante”, encerra.

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