Elia Júnior ficou três anos longe da telinha, mas não do esporte

Elia Júnior está de volta. E está empolgado. Após quase 20 anos de Band e desde 1999 longe da tevê, o jornalista assume agora a tela do SBT. Contratado este ano pela emissora de Silvio Santos, Elia virou o âncora esportivo do SBT e responsável por todas as apresentações que envolvem esporte na emissora. Neste intervalo, este paulistano descendente de italianos da Calábria fez de tudo um pouco.

Entre outras coisas, estudar durante seis meses na Universidade de Nova York para se reciclar, atacar de marqueteiro em campanhas políticas, escrever uma coluna para o jornal “Agora” e trabalhar durante seis meses na Directv da América Latina, em Caracas, na Venezuela. “Nunca deixei de transitar pelo meio esportivo, embora não estivesse aparecendo no vídeo”, ressalta Elia, de 43 anos.Elia recorda que viu uma notinha em um jornal sobre o interesse do SBT em montar uma equipe de esporte e dois dias depois recebeu um telefonema da emissora. “Embora estivesse com saudade, nunca fui pedir emprego”, orgulha-se o novo âncora do SBT, que estreou na tevê como repórter do “Globo Esporte” em São Paulo aos 19 anos.

P – O que o motivou a topar virar âncora do SBT?

R – É a emissora que tem maior audiência depois da Globo. Nos campeonatos com a seleção sub-20 e sub-23, por exemplo, a menor média foi de 11 pontos e tivemos picos de 17. Além disso, a estrutura do SBT é bem superior, por exemplo, à que eu tinha na Band. Em 19 anos de Band, nunca tive nem a metade do cenário que tenho no SBT, por exemplo. Aqui existe profissionalismo e não paternalismo. É diferente. Além disso, não só os espectadores, mas os próprios jornalistas deveriam torcem para que o SBT consiga realmente fortalecer o núcleo esportivo.

P – Por quê?

R – Porque, para o espectador é uma opção nova na televisão. Já para os jornalistas, é um campo novo de trabalho e um indício de que o meio esportivo pode se expandir. Ninguém foi demitido de nenhum canal porque o SBT montou a equipe esportiva. Ou seja: o mercado de trabalho está crescendo. Respeito muito a Globo, mas não é saudável uma emissora não ter concorrência por uma situação de monopólio.

P – Você torce pelo Palmeiras. Não tem receio de declarar seu time?

R – Pelo contrário. Acho mais honesto com o espectador. O que não pode é ser parcial. Além do mais, sou um crítico ferrenho do Palmeiras até porque torço pelo time.

P – Mas você acaba virando alvo de torcedores de outros estados…

R – Isso é comum no meio esportivo. Os torcedores são fanáticos mesmo. O que tento é ser um apresentador natural, emotivo e bem informado. Não adianta ser alegre só em frente ao vídeo e ser uma pessoa super mal-humorada. O espectador não é bobo. Para mim, no entanto, a função do jornalista é informar e a estrela tem de ser o esporte e não os eventos ou a equipe de jornalistas.

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