Documentário exibe os melhores e piores momentos dos Titãs

“Sonífera ilha, descansa meus olhos, sossega minha boca, me enche de luz”. Há 25 anos, os Titãs estouravam no Brasil inteiro com os versos da música Sonífera ilha, seu primeiro grande sucesso. Como forma de celebrar o passado, um dos vocalistas do grupo, Branco Mello, realizou na quinta-feira passada, em Curitiba, a pré-estreia do lançamento do documentário Titãs, a vida até parece uma festa, que faz um apanhado geral da carreira de uma das bandas mais respeitadas do país.

Principal empreendedor do longa, Mello conta como surgiu a idéia de se fazer esse trabalho. “A idéia surgiu em 1986, quando a gente lançou o álbum Cabeça dinossauro. Comprei uma câmera VHS e comecei a filmar a gente porque tinha essa vontade de, no futuro, fazer um filme. Fui gravando muita coisa no decorrer dos anos, que resultou em 200 horas gravadas, em formatos como o VHS, Hi-8, Super-8 e mini DV”, explica.

De acordo com o vocalista, o filme registra momentos íntimos dos músicos, como os shows, gravação de álbuns, quartos de hotel, ensaios, entre outras coisas. “Está tudo ali. Do nosso início no underground, passando pelo sucesso de Sonífera ilha, bastidores de shows, brincadeiras e brigas, está tudo devidamente registrado.

Mesmo passagens mais infelizes na nossa história, como as prisões por porte de drogas, saídas de integrantes e o falecimento do guitarrista Marcelo Fromer está presente”, diz. Embora a idéia do filme tenha sido de Mello, os outros integrantes foram, em suas palavras, cúmplices para que isso acontecesse. “Queria fazer um filme definitivo sobre essa família que é o Titãs. Sem eles, nada disso teria acontecido.”

Para auxilia-lo nessa empreitada, Mello contou com a ajuda do diretor Oscar Rodrigues Alves, que já havia trabalhado com o grupo na gravação do vídeo clipe da música Epitáfio. “Convidei o Alves porque já sabia como funcionava seu trabalho. Nos reunimos em 2002 para começar a montagem do filme, que também teve apoio fundamental da minha esposa Angela Figueiredo, que organizou e decupou o material. Fizemos uma autêntica arqueologia televisiva para selecionar imagens e pôr no filme”, comenta.

Mello conta que para poder fazer o filme à sua maneira, abdicou de assistir a outros documentários. “Não queria me inspirar em qualquer outro documentário, nem de outras bandas, como, por exemplo, o Some kind of monster, da banda Metallica. Minha inspiração foi apenas a nossa história e é por isso que, para mim, ele soa tão orgânico e tão honesto”, afirma.

Apesar de ter gostado de trabalhar como diretor, Mello garante que, por enquanto, não deve retornar para essa função. “Agora estou curtindo o filme. Tive um grande envolvimento nesse projeto. Futuramente, pode ser que eu volte a trabalhar com isso, mas agora tenho prioridade com a banda, que lança um novo álbum em abril ou maio desse ano e a turnê brasileira para o segundo semestre e também trabalhos com trilhas sonoras, que eu gosto de fazer”, encerra.

O filme Titãs, a vida até parece uma festa estréia no circuito comercial em fevereiro.