Porque hoje é sábado

Concentrado para o Atletiba, o cartunista Tiago Recchia está em São Luiz do Purunã assando uma costela no fogo de chão. Só volta no apito final, com Los 3 Inimigos no papel.

Outra profissão, o que seria: Assador de costela.

Dando a semana por finda, um fim de semana como deve ser: On the road.

Serra abaixo ou serra acima: Ambas. No meio um caldo de cana.

A mais bonita paisagem do Paraná: São Luiz do Purunã.

A mais bonita paisagem de Curitiba: A três mil pés de altura, em direção a sudeste.

Uma rua da cidade: Todas que não tenham buracos e pedras soltas.

Um sábado de chuva: Bom pra perder guarda-chuva.

Um domingo de sol: Sol onde? Aqui?

O que não dispensa no inverno: Ceroulas. Mas um avião rumo ao nordeste ia bem.

O que não dispensa em qualquer estação do ano: Um bom saldo bancário.

Um lugar para iniciar o fim de semana: Posto de gasolina pra abastecer e calibrar os pneus.

O que estraga o fim de semana: Saldo bancário baixo – toc! toc! toc!

O acepipe de boteco: Carne de oncinha – hic!

O jantar no sábado: Churrasco com amigos. Pode ser costela em fogo de chão, mesmo em apartamento.

O almoço de domingo: Costela em fogo de chão no quintal da casa da mãe, tomando cuidado pra não queimar sua horta.

Nenhum, pouco ou bastante alho: Dia desses faltou. Tive de assaltar a cozinha da zeladora do prédio.

Uma sobremesa: Um cafezinho e um cigarro.

Um copo para o espírito: O primeiro chope em dias quentes; depois não me pergunte quantos foram.

Metade cheio, metade vazio: Metade cheio. Antes que fique metade vazio, chame o garçon.

Uma música para ouvir hoje: – Garçon, bota aí John Coltrane, qualquer uma. Não tem? Pode desligar essa porcaria, então?

Um livro na estante: Plastificado pra não pegar pó.

Um filme de sábado: “Meia Noite em Paris”, do velho e bom Woody.

Um personagem curitibano: Fernandinho Loko, da batera. Por onde anda este cara?

Um retrato na parede: A janela.

Saudades de um sábado qualquer: Aqueles das extintas feijoadas no Ao Distinto Cavalheiro – ou seria Ao Extinto Cavalheiro?

Uma viagem: Manhatthan, e São Luiz do Purunã.

Noite de domingo, o que lhe parece: Estou frito se não enviar o material pro jornal a tempo.

Há a perspectiva de segunda-feira, o que lhe assusta embaixo da cama: Planos e projetos deixados ali juntos com o pó – Argh!

Um passarinho (sonho) na mão: Um do Rogério Dias.

Outro voando: Mais um do Rogério Dias.