Depressão pós-parto: 50% das mulheres não procuram ajuda

 A depressão pós-parto acontece em grande percentual das mulheres e hoje já há uma série de tratamentos que permite aliviar esse problema. Estima-se que 50% a 80% das mulheres sofrem algum sintoma da depressão, dos mais leves aos mais graves. A depressão pós-parto pode se manifestar de uma semana após o parto até seis meses depois.

Há fatores biológicos que influenciam nessa mudança de humor como a variação de hormônios sexuais: o estrógeno e a progesterona, e a alteração no metabolismo das catecolaminas que altera o humor e influencia no quadro depressivo. Em conjunto com isso entram em ação as causas emocionais, muitas vezes sentimentos conflitantes da mãe com ela mesma, da mãe com o filho e da mãe com o parceiro.

Muitas mulheres neste período começam a se questionar quanto à capacidade de cuidar do filho, outras se afastam e rejeitam a criança e outras podem até ter sintomas físicos. Os estágios mais graves da depressão pós-parto chamam-se Psicose Puerperal e Síndrome Depressiva Crônica. A primeira necessita tratamento mais pesado, muitas vezes resultando em internação, enquanto a segunda pode-se resolver com tratamento psicológico, psiquiátrico e com remédios.

Porém, esses são os casos mais extremos, normalmente os sintomas são: crises de choro, fadiga, humor deprimido, irritabilidade, ansiedade, confusão e lapsos curtos de memória. Essas reações normalmente chegam e vão embora espontaneamente. O importante é detectar e tratar de forma adequada seja conversando, se abrindo com o médico ou com um profissional como o psicólogo, que vai ajudar a nova mamãe a superar esse período de forma saudável e, principalmente, não fugir dela.

50% não buscam ajuda
 
Uma pesquisa alarmante feita pela instituição inglesa 4Children revelou que 50% das mulheres que apresentam quadro de depressão pós-parto não buscam ajuda ou escondem os sintomas. Isso porque elas têm medo de serem afastadas de seus filhos ou mal interpretadas. Muitas delas apresentaram desconhecimento da doença. A pesquisa estudou duas mil mulheres. Uma em cada 10 passa por esse período sem apresentar histórico depressivo ou doença mental. O lado grave disso é que elas dispensam tratamento psicológico o que pode agravar e estender os sintomas de algo que poderia ser resolvido facilmente com ajuda de uma profissional.

Ainda segundo a pesquisa, um terço não identificou que sofreu com o problema e metade achou que os sintomas não eram tão graves para buscar tratamento. Um terço também revelou ter ficado tão assustada que preferiu esconder os sintomas.