PENSAMENTO POSITIVO

“Não é digno de saborear o mel aquele que se afasta da colméia com medo das picadas da abelha.”

Shakespeare

Cardápio

Veja que interessante! A palavra “cardápio” só existe no Brasil. Nem em Portugal, nem nos demais países onde se fala o português, existe essa expressão. Trata-se de neologismo formado, no Brasil, tomando-se por base duas palavras latinas: charta (papel, carta – “carta de vinhos”) + dapes, is (iguarias). Esse neologismo visava substituir, de forma jocosa, o francês “menu”, e acabou pegando, incorporando-se à língua.

Guardanapo.

Essa palavra deriva do francês “garde” (guarda) + “nappe” (toalha de mesa). Atualmente, “garde-nappe”, em francês, significa um suporte para pratos, uma espécie de “sousplat”.

Noite à dentro.

Lemos, assim, em jornal. O certo é: “Noite adentro”. Mesmo que fosse separado: “noite a dentro”, não haveria crase, pois faltaria um “a” que fosse artigo ou pronome para fundir-se com a preposição “a”.

Curitiba, 10 de agosto de 2003.

Afinal, coloca-se ou não um ponto final depois da data? Alguns estudiosos dizem que não. Afirmam que só se põe ponto final no fim de frase. E – dizem eles – em data não se tem uma frase. Por que, então, se põe vírgula depois do nome da cidade (Curitiba, …) ? Embora não exista norma a respeito, entendemos conveniente colocar, sim, o ponto final para marcar o fim da frase contida na data. Assim: “Curitiba, 10 de agosto de 2003.” A propósito, uma professora que, tempos atrás, tratou do assunto no jornal, grafou “ponto-final”, “ponto-de-exclamação”, “ponto-de-interrogação” (com hífen). Deve ter sido erro de digitação… Tais palavras não se escrevem com hífen.

“Writ”.

Como se pronuncia? Alguns advogados, para escapar à repetição da expressão “mandado de segurança”, usam o empréstimo do inglês “writ”, que se pronuncia “rit”, simplesmente, e não “rait” que, em inglês, se escreve “right” e significa “certo” (“All right” = tudo certo, tudo bem).

Mister(tér) significa “ofício”

(mister de alfaiate) e também “necessidade”, “precisão”. Não diga “míster”, que significa “senhor”, em inglês.

Os pronomes “teus” e “seus”

(no masculino plural) podem significar os parentes de alguém. Ex.: Mando lembranças aos teus (aos seus).

Pedido de vista ou pedido de vistas?

O certo é: “Pedido de vista” (sem o “s”).

Esta é para o Show do Milhão:

Diga-me, rapidinho, como se chama quem nasce em Tel-Aviv, Capital de Israel?

Resposta do Show do Milhão anterior:

“Você me ama?”. Errado. O certo é: “Você me ama?” Esse ponto final, ali, está sobrando. O ponto de interrogação, por si, já indica o fim da oração.

PROBLEMINHA PARA SER RESOLVIDO:

“Estes pedidos não foram objetos de recurso.” Há algo errado aí? Por quê?

SOLUÇÃO DO PROBLEMINHA ANTERIOR:

“Com o emprego abusivo do artigo, nós enfeiamos nossos escritos.” O correto é: “… nós enfeamos (sem o `i’)…” Só aparece o “i” nas formas rizotônicas (desculpem!) desse verbo. Exemplo: Enfeio, enfeias, enfeia, enfeiam; que eu enfeie, que tu enfeies, que ele enfeie, que eles enfeiem.

Gratos a todos pela participação. Continuem colaborando!

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Albino de Brito Freire

é da Academia Paranaense de Letras e da Escola da Magistratura; Leopoldo Scherner é da Academia Paranaense de Letras e da PUC.