Rápidas e leves

Passando pela Petit Carneiro, não custava parar para ver a maquete da Baixada. Se a Baixada ficar como a sua amostra, é de se perguntar como no samba de Noel: com que roupa eu vou?

Já há quem admita como irreversível a elitização do público da Baixada. Não há causa imediata para se temer. Diferentemente do Maracanã, em que o explorador terceirizado irá impor as regras, os estádios particulares (Atlético, Inter e Corinthians) terão na arrecadação mensal de sócios a fonte principal para os clubes. Ao contrário do Maracanã, em que vai se desprezar a relação clube-sócio, nos estádios particulares essa relação será fundamental para a própria vida do clube.

E para isso terá que ter diversidade de preço como está ocorrendo na campanha de sócios do Atlético. Tem preços diversos que darão trânsito a todas as classes sociais. Pode fazer a pergunta de Noel: com que roupa eu vou? De Armani, da Condotti, ao costume de brechó, do Bairro Alto.

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O presidente do Tribunal de Contas do Paraná, o guarapuavano Artagão de Mattos Leão, que não se constrange em andar com a camisa do Coritiba, formou uma comissão para fiscalizar a aplicação do dinheiro na construção da Baixada. Embora não fizesse mais do que a obrigação, seria um gesto nobre, se não fosse um detalhe: o presidente da comissão, escolhido a dedo por Artagão, é o Papagaio, um dos fundadores da Império Alviverde.

Sem querer fazer rima ou trocadilho, Artagão é um brincalhão. Por essas atitudes é que o Tribunal de Contas, no Brasil, é uma instituição que provoca desconfiança.

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Um dia desses, um leitor revelou surpresa por eu não ter analisado a exclusão do advogado José Cid Campêlo Filho do quadro de sócios do Atlético. Como não deixo nada sem resposta, respondo agora: há guerras que você deve entrar para morrer e há guerras que você é herói se fugir (Napoleão, de André Maurois).