Futuro

O Brasileiro vai começar, e a antiga dúvida nos provoca: Atlético e Coritiba têm algum futuro? Talvez o Furacão possa render alguma ilusão. Esqueçam o Estadual, pois com uma maioria semiamadora não pode ser adotado como referência para projetar o futuro. Nem pode ser referência a conquista do título porque foi sobre o Coritiba. Na decisão em dois Atletibas, em que a regra é o equilíbrio, aquele que perdeu com uma diferença de cinco gols, sem qualquer reação, sugere ser frágil.

Otimista
O torcedor atleticano deve ter otimismo, porque começa com uma base sólida, sem especular com jogadores do futuro. Formadas por cobras criadas como Weverton, Paulo André, Thiago Heleno, Vinicius e Walter, e jovens como Otávio, Jadson e Ewandro, bem ordenados por Paulo Autuori, as linhas centrais que constituem a estrutura dão cara de time ao Furacão. Bem resumido, nesse início não se deve colocar o Atlético em uma condição de inferioridade aos times que por tradição disputam o título.

O Coritiba passou a ser o que chamo de encrenca para qualquer cronista. Definitivamente, não é confiável. Essa é a conclusão que o seu treinador Gilson Kleina me obrigou a chegar. Depois da derrota em Caxias, resumindo a sua decepção, afirmou: “Temos que começar do zero”. Vejam bem. Os coxas passaram cinco meses treinando e jogando o Estadual, Copa do Brasil e Primeira Liga para o seu treinador, às vésperas do Brasileiro, chegar à conclusão que “temos que começar do zero”. A expressão não permite outra interpretação. Como é na vida é no futebol: começar do zero significa não ter nada, ser vazio, terra arrasada.

O que esperar dos coxas, se quem faz essa afirmação está no comando há cinco meses?

Sonho
O Paraná segue a saga para voltar a jogar o Brasileiro da elite. Agora pode sonhar, porque pela primeira vez nesse período de segundona (sete anos) vai jogar como um verdadeiro time profissional: uma diretoria racional, salários em dia, um grande treinador e com um time formado com antecedência, sem a irresponsabilidade do improviso.

Dirão que o sonho é muito pouco para quem precisa urgente de outra realidade. Mas no caso do Paraná, que nem tinha o direito se sonhar, o sonho já é algo importante. Não é possível projetar o futuro do Paraná, porque a segunda divisão é uma selva, que quem entra, não sabe se vai sair.