Gente fina

Todos os dias cai na imprensa uma nota associada à Arena, portanto ao Atlético e à Copa do Mundo. Um dia divulga-se um projeto, atribuindo-se a responsabilidade do vazamento ao Ippuc; e, no dia seguinte, censura-se Mário Celso Petraglia, que teria pedido fiança formal ao poder estatal para a finalização da Arena, visando o Mundial. A origem foi do presidente da Assembleia, Nelson Justus.

A questão não está na publicação de um fato, embora esse envolvendo Petraglia não seja verdadeiro. Justus falou demais no final de um jantar, mais com a intenção de agradar inimigos de Petraglia, portanto, do Atlético, do que por qualquer outro objetivo.

A questão está na intenção sorrateira de criar constrangimento político, impedindo que, direta ou indiretamente, a Arena seja construída para a Copa do Mundo. Existe, portanto, um componente calculado, por setores políticos e esportivos, para trazer prejuízo ao Furacão. Há atleticanos que atribuem esse estado à relação pessoal de Petraglia com jornalistas e políticos. Que o problema é de Petraglia, então.

Se alguém da diretoria está pensando assim, é no mínimo ingênuo, para não dizer injusto. É impossível dissociar Petraglia do Atlético, e se algumas relações dele estão estremecidas, foram em decorrência do exercício de mando. Esses segmentos, no fundo, usam Petraglia como um arranjo para apanhar em cheio o clube, e lhe causar prejuízos. E, no entanto, não se vê uma reação portentosa dos rubro-negros em defesa do seu grande fazedor, que resultaria somente em benefício do clube. O Atlético começa a ficar em dívida de lealdade com Mário Celso Petraglia.

Jantar

Nelson Justus acusou Petraglia de levar uma mala na reunião, e pedir “uma fiança formal” do governo, em um jantar de gente fina na residência do empresário José Luiz Lins e Souza. Na mesa com Justus estavam o jornalista Airton Cordeiro, o dirigente do Coritiba Marcos Hauer e o advogado, atleticano histórico, Luiz Alberto Rego Barros.

O que Airton Cordeiro noticiou foi o que Justus falou na mesa, e autorizou-o a divulgar. No mesmo jantar, mas numa mesa ao lado, um influente dirigente coxa falou que o Coritiba está quebrado.