Fato irrelevante

O Sport Club Corinthians Paranaense pode alcançar seu objetivo empresarial, que é o ter lucros, fato nunca negado por seus acionistas. Mas nunca irá alcançar o objetivo esportivo de uma associação de pessoas, que é provocar a sensibilidade popular em razão de uma ideologia.

Será Corinthians, mas bem que poderia ser Flamengo Paranaense, Real Madrid do Paraná ou Arsenal de Curitiba. Usará a camisa do Corinthians com a bandeira de São Paulo, mas se usasse a bandeira do Paraná ou de Curitiba e se os acionistas resolvessem finalizar com o time-empresa, o que deve acontecer se o Corinthians der prejuízos, o fato não causaria e nem irá causar nenhum impacto ideológico.

Sob o aspecto esportivo, portanto, o novo nome, a nova camisa e a nova bandeira são absolutamente irrelevantes. Mais ainda em Curitiba, cujo povo tem uma cultura de intransigência com as coisas dos outros. Em especial, dos paulistas. O exemplo é o Paraná, que como Ferroviário tinha uma torcida muito maior, restando-lhe hoje uma pequena fatia cujo bolo é dividido entre Atlético e Coritiba, embora o Furacão em razão da geração Arena, venha crescendo mais nos últimos tempos.

A paixão por uma ideologia no futebol não sai barata.

A adoção dos Malucelli pela identidade Corinthians, se tivesse que ser analisada, só poderia sê-la por um aspecto: o comercial. E aí quem paga o prejuízo é que sabe o que interessa. Mas entendo que o Corinthians não é nenhum exemplo de administração a ser seguido. Ao contrário. Deve ser rejeitado, pois devedor contumaz, eticamente desvirtuado, vem perdendo campo para o São Paulo, que já se aproxima no estágio da segunda maior torcida do Brasil.

Aliás, o Corinthians deveria aproveitar e eleger Joel Malucelli para seu presidente, dando-lhe a cadeira da sede do Parque São Jorge.

Todos os Corinthians, então, dariam certos.