Fim

Fui o 1.º a dar a notícia da relação negocial entre Coritiba e a empresa de consultoria WTorre para a construção de um novo estádio, de preferência, no Alto da Glória. Pois agora, sou o 1.º a noticiar de que o sonho está praticamente fulminado. A WTorre entendia que o seu projeto para o Alto da Glória poderia ser vendido em condições regulares de mercado. Mas agora, as condições são outras: investir em um complexo esportivo, mesmo que tenha segmentos comerciais, passou a ser um excesso. E a crise mundial, que já havia retraído investimentos prioritários, mesmo de execução inadiáveis, não permite gastos excepcionais à espera do retorno em 20 anos.

Dos sete projetos que a WTorre fez e ofereceu, só o do Palmeiras, ainda, pode ser viabilizado. E assim mesmo, porque José Serra, palmeirense de geral, colocará o governo de São Paulo para colaborar na busca dos investidores.

Poderia ser usada a idéia antiga de Giovani Gionédis, que era não correr risco em derrubaro Couto Pereira e fazer o novo estádio onde está o Pinheirão. A atual diretoria até cogitou, mas não poderá incentivar a idéia.

O presidente da Federação Paranaense de Futebol (FPF), Hélio Cury, com seu bom senso, está prestes a formalizar um pedido de reversão da doação dos 55 mil metros quadrados, que eram do município. Já existe disposição política de Beto Richa em aceitar a proposta. E até idéia de aproveitamento da área já se tem: a construção de um centro esportivo, inclusive com campo de futebol, recepcionando locais para o executivo municipal. Cury quer apenas que a entidade receba uma compensação mensal, por um determinado prazo.

A proposta de Cury vai ajudar o próprio município a resolver esta grave pendência: a FPF continua devendo milhões de tributos municipais, e não há mais como evitar que o imóvel seja praceado, sob pena de comprometer a autoridade municipal por omissão. Aliás, já começa a ter um movimento na Câmara Municipal para que a prefeitura exerça o direito que tem em reverter a doação, pela inadimplência histórica da entidade.

Um último fato: a família que doou o outro lote para a construção do Pinheirão, por seus filhos herdeiros (são 3), já consultou advogado para saber se podem reaver o imóvel objeto da doação. Ficou sabendo que sim.