Risco de conduta

Soube que o Atlético já licencia 400 itens com a marca CAP. E que no próximo ano irá bater na casa dos 600 produtos. A notícia não me surpreendente. Ao contrário, já a tenho como antiga: o Atlético, em matéria de exploração da marca, só é superado pelo São Paulo no futebol brasileiro. Neste segmento, é a melhor administração do nosso futebol, inclusive em relação ao São Paulo, que só licencia mais por ser um dos maiores do mundo, em razão de resultados de campo.

É aí que surge uma grande contradição: o que impediu a marca CAP de crescer mais foi o desprezo com que a administração central tratou o futebol. Não o desprezo no sentido de ignorar ou se omitir, mas de praticar erros na escolha de profissionais, que diminuísse a margem de equívocos na formação de jogadores e de um grande time. Fatos que, inclusive, um espírito de renuncia que parecia não existir, passou concordar.

Alcanço a questão central do meu tema. O conselheiro Nelson Fanaya e o sócio Rato anunciam que serão candidatos nas eleições do clube no próximo dezembro. Por força dos estatutos, os dois têm a faculdade de exercer esse direito.

Mas o direito individual não significa, necessariamente, que possa ser exercido, em prejuízo do direito da torcida. O que eu quero escrever é isso: Fanaya e Rato não têm condições de exercer um cargo de comando no clube. Só para não ser injusto, me imagino com esse mesmo querer. Não teria essa condição.

Ser candidato para, simplesmente, mostrar uma reação contrária à situação atual, é temerário. Talvez, até irresponsável, porque no futebol muitas decisões são produzidas pela emoção, que estão atreladas aos resultados de campo.

O Atlético, quando ainda era de uma natureza amadora, já teve experiências terríveis, improvisando como presidente o 1.º que apareceu. Agora que se tornou um dos maiores do Brasil, não pode correr o mínimo risco.

Quero dizer mais uma coisa: Mário Celso Petraglia é ainda o mais especial, e por isso, o maior dirigente do futebol brasileiro. Seus erros históricos no futebol não o tornaram um dirigente comum. Os atleticanos, que pelos diversos motivos, é que não lhe dão o direito de errar. O Atlético, ainda, não se tornou auto-suficiente e independente de Petraglia. Não se pode romper uma dependência, só tendo como motivação a hipótese de mudança. Petraglia para presidente!