Caminhos cruzados

Bem que poderia ter uma lei que proibísse o jogador de enfrentar uma torcida, que o eternizou como ídolo e herói. Pouparia os sentimentos e faria definitivas as recordações. Só assim Flávio e Atlético estariam impedidos de, um dia, romperem os laços afetivos que foram criados durante uma vida de fidelidade, vitórias e conquistas. Mas essa lei absurda, sonhada pelos apaixonados, não existe e o confronto é inevitável: domingo, 16h no Pinheirão.

Ídolo não é coisa simples de se encontrar. Existem craques e jogadores de forte apelo popular que não são ídolos. Ídolo foi Krüger e não Zé Roberto. No Atlético campeão do Brasil, Souza era o craque e Kléberson o mais famoso. Mas ídolos eram Adriano e Alex Mineiro. Flávio era diferente. Integrou-se tão fundo à vida do Atlético, que ganhou a idolatria não só pelas defesas, porque também falhava, mas pelo respeito. Até um dia desses, cantava o hino do “Furacão” como canta um pagode.

Pena que as coisas passam e mudam o rumo da história. Neste momento, clube e ídolo ficam solitários, divididos pelo princípio popular da individualidade: cada um por si e Deus por todos.

E assim vamos nós.

Recordações

Recordar é viver, aprendemos com os anos. Evangelino da Costa Neves, o maior dirigente da história do nosso futebol, está separando o joio do trigo da sua história. As boas lembranças representadas por troféus, presentes e jornais ou qualquer documento que ajude no relato da sua vida, guardou. Nessa triagem encontrou um bilhete de um antigo cronista, escrito a mão, fazendo um pedido desesperado: “Chinês, mande algum que eu estou duro”.

Acep

Osvaldo Tavares de Mello, o Vadico, foi eleito presidente da Associação de Cronistas Esportivos do Paraná. Não seria fácil substituir Osíris Nadal, cuja administração, foi às vezes contestada, por ser séria. Deixa a Acep com dinheiro em caixa e sem dívidas. Vadico foi um achado. Para uma classe eternamente desprotegida, caiu do céu. É daquelas pessoas preciosas, que só pratica o bem.