Esperança

Todos nós passamos por situações incômodas na vida. De toda ordem e natureza e, às vezes, não eventuais, obrigando-nos com elas a conviver. O que não podemos é temperar e improvisar soluções, porque então, não haverá perspectiva, e a falta dessa irá tornar, aí sim, o problema insanável. O conceito de perspectiva iguala-se ao de esperança. Sem ela não há sonhos, muito menos vida.

Essas lições me provocaram vendo o Atlético perder o jogo em Santos, 1×0. A derrota como resultado de um jogo, é absolutamente normal. Para os atleticanos, em especial, que aprenderam a conviver com ela há algum tempo.

A falta de esperança de que o que se viu vai mudar em pouco tempo, é que desanima. O que se viu foi um time pequeno não só no aspecto técnico e tático, mas de personalidade e emoção. A derrota não apequena ninguém. O que torna um time pequeno é exatamente a inexistência de atitudes.

O técnico Waldemar Lemos a cada jogo vai se esvaziando como o melhor indicado para dar outro rumo às coisas. Passivo, só ele não vê a inoperância de Paulo Baier para exercer uma das funções mais importantes de qualquer esquema. Mantém Baier.

A sua pouca visão não enxerga a falta de produtividade de Marcinho, que se esconde durante o jogo. A esperança era a de que com o mínimo de competência concluísse que Rafael Moura atravanca qualquer iniciativa de jogo. Mais grave, quando o troca por um meia, reconhecendo o erro antecedente. Baier e Marcinho estão péssimos em razão da sonolência do técnico.

Não joguem a responsabilidade de solução para Alex Mineiro, que temo, seja a outra vítima desse estado que zera a cada jogo a perspectiva de salvação.

O presidente Malucelli repete o mesmo erro: diz que está gostando do trabalho do técnico. Disse várias vezes que gostava do trabalho de Geninho. Das duas uma: ou não está vendo os jogos, ou está contemporizando.

Se o Atlético fracassar outra vez, e não ganhar do Avaí, tem que mudar tudo no futebol. Não existe projeto, nem para daqui um século, se os executores são incompetentes.

O Atlético volta a precisar de um diretor de futebol. De nada adianta Ocimar Bolicenho se reportar ao presidente. Sempre a solução ficará na dependência da hierarquia. É preciso alguém que mande no CT do Caju. O Atlético tem essa pessoa. Basta convencê-la: Alexandre Khoury. Para ser diretor não precisa entender só de futebol. É preciso entender de Atlético.