Calor propicia proliferação da aranha-marrom

A chegada do verão aumenta o risco de acidentes com animais peçonhentos, principalmente com Aranha Marrom. Por isso, a Secretaria de Estado da Saúde alerta e orienta a população para tomar alguns cuidados básicos que podem reduzir o número de acidentes com este tipo de animal. “É importante manter residências bem arejadas e, principalmente, evitar o acúmulo de qualquer material como telhas ou madeira nos quintais de casa”, advertiu a chefe da divisão de Zoonoses da secretaria, Gisélia Rubio.

A Loxosceles, nome científico da aranha marrom, habita locais escuros, quentes e secos. Elas podem ser facilmente encontradas em residências, principalmente em armários, atrás de quadros e em objetos que tem pouco manuseio. O risco aumenta no período de férias, quando as casas ficam fechadas e se tornam local ideal para a proliferação do aracnídeo.

No ambiente externo a localização mais freqüente é em meio a telhas, materiais de construção, e restos de madeira. “É um animal pequeno mas que pode fazer um grande estrago”, disse Gisélia. Na fase adulta elas costumam atingir cerca de 4 cm de diâmetro. Além disso tem patas finas de coloração marrom clara e a base do corpo é mais escura.

Os maiores cuidados devem ser tomados antes de dormir. A maioria das picadas ocorre durante a noite, quando as aranhas saem em busca de alimentos (insetos), e dessa forma se escondem em roupas, toalhas, lençóis e cobertas. Qualquer suspeita de picada deve ser imediatamente tratada já que a picada não é dolorosa no momento mas, em pouco tempo, a vítima passa a sentir dores no local como se fossem queimaduras, evoluindo para um inchaço do local atingido. Pouco tempo depois a fase pode levar a uma necrose (ferida escura) no local. A pessoa picada pode ficar com febre ao longo das primeiras 24 horas e em questão de um dia passa a ter um mal estar geral, com vômitos, náuseas e dificuldades na visão.

As principais formas de combater a proliferação do animal, são justamente manter limpo o domicílio e verificar acúmulo dos objetos que servem de abrigo. Também é importante vedar frestas e buracos nas paredes e janelas, não pendurar roupas e toalhas de banho em paredes e manter os armários limpos igualmente. Em 2003 foram notificados 6174 casos de picadas de aranha marrom em todo o Estado. Neste ano o número é de 3871 ocorrências.

Primeiros socorros

No caso de acidente com qualquer animal peçonhento deve-se lavar imediatamente o local ferido, com água e sabão. Especialistas recomendam não mexer ou realizar movimentos que possam perfurar, cortar ou fazer qualquer tipo de alteração física na lesão. “É importante não colocar produtos caseiros. Eles podem agravar o envenenamento provocando o aceleramento da evolução da lesão favorecendo uma infecção secundária”, afirmou Gisélia.

As dúvida sobre diagnóstico e tratamento dos acidentes domésticos por animais peçonhentos ou intoxicações podem ser esclarecidas pelo número 0800 41 0148, no Centro de Informações Toxicológicas – CIT.

O Soro

O Centro de Produção e Pesquisa de Imunobiológicos (CPPI) da Secretaria de Estado da Saúde produz anualmente de 3.000 a 4.000 frascos do soro para o veneno da Aranha Marrom e distribui para todo o país através do Ministério da Saúde. O Paraná é o único estado que produz o soro antiloxoscélico com veneno de três espécies da Aranha Marron: L. intermedia, L. laeta e L. gaucho, que são as mais encontradas na região Sul e Sudeste do Brasil.

De acordo com o biólogo responsável técnico da Sessão de Animais peçonhentos do CPPI, Emanuel Marques da Silva, não são todos os casos que necessitam do tratamento soroterápico, porém só o médico pode avaliar a gravidade do caso. “Necessariamente é preciso procurar o atendimento médico o mais rápido possível, pois o soro deve ser aplicado em, no máximo, 36 horas”, explica.

O CPPI desenvolve pesquisas da Aranha Marrom através do estudo de seu comportamento e reprodução. “O conhecimento das características do animal auxilia no desenvolvimento de metodologias de controle”, completa.

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