40% dos brasileiros não escovam os dentes

Pesquisa do Ministério da Saúde (MS) revela que cerca de 40% dos brasileiros não têm acesso a escova e creme dental. Isso faz com que a população perca seus dentes precocemente. Dados do MS mostram que 45% dos adolescentes com 18 anos já perderam pelo menos um dente. Para minimizar o problema, o governo vai distribuir escova e creme dental para as pessoas carentes que já são tratadas pelas equipes de saúde bucal. Hoje são 8.150 grupos atuando no País.

Para o coordenador de saúde bucal do Ministério da Saúde, Gilberto Pucca, não adianta o governo proporcionar o tratamento se as pessoas não têm como fazer a escovação para evitar novos problemas. Ele afirma que pelo menos 30% da população atendida pelo serviço de saúde bucal do Programa Saúde da Família não consegue comprar o material de higiene. Por isso, até o fim do ano, o governo começará a entregar os kits periodicamente para quem faz o tratamento com as equipes de saúde.

A falta de cuidados com higiene bucal faz com que as cáries avancem rapidamente. Se os adolescentes já têm boa parte dos dentes comprometidos, a situação é pior com os adultos. Mais de 28% tiveram todos os dentes extraídos ou com extração indicada em pelo menos uma das arcadas. Entre os idosos os dados são ainda mais preocupantes. Em média, possuem quase 26 dentes extraídos.

Em relação aos outros estados, porém, o Paraná possui uma situação um pouco mais confortável, quando se fala no atendimento de crianças e adolescentes. O Índice de Dentes Cariados, Perdidos ou Obturados (CPO) do Brasil é de 2,8 em crianças com 12 anos, contra 2,6 do Paraná. Em adolescentes com idade entre 15 e 19 anos são 6.2 contra 5,7. Mas nos adultos (CPO de 20,1) e idosos (CPO de 27,8) os números são iguais.

Para o coordenador estadual de saúde bucal, Christian Mendes Alcântara, a distribuição do creme fluoretado deve melhorar os números brasileiros, já que o flúor é eficiente no combate às cáries.

Esforço

Mas tanto o Brasil quanto o Paraná vão ter que fazer mais para alcançar o que recomenda a Organização Mundial de Saúde. Por enquanto, só atingimos a recomendação de índice de CPO para a faixa etária dos 12 anos. Hoje a maior demanda por atendimento está concentrada nos adultos e idosos. Mesmo assim o País já deu passos relevantes. Desde 2002 subiu de 26 milhões para 43,6 milhões o número de pessoas atendidas na rede pública.

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