"Novembro azul"

Especialista esclarece cinco mitos e verdades sobre o Câncer de Próstata

Com visibilidade maior a cada ano, campanha de Novembro Azul tem levado homens a se consultar, fazer os exames preventivos e evitar riscos de desenvolver a doença. Falta de informação ainda é a maior barreira

Outubro Rosa e Novembro Azul têm sido campanhas cada vez mais presentes nos últimos anos. A importância é nobre e se justifica, já que o objetivo é o combate ao Câncer de Mama e ao Câncer de Próstata. O INCA (Instituto Nacional de Câncer José Alencar Gomes da Silva) estima que 68,8 mil casos foram desenvolvidos em 2014, sendo que, no ano anterior, 13,7 mil homens morreram devido à doença.

Por ter menos tempo, e pela dificuldade natural dos homens em ir ao médico, o Novembro Azul carrega uma dificuldade maior de conscientização. Felizmente, esse cenário tem melhorado, graças também à contribuição das mulheres, que muitas vezes são quem marcam as consultas para os homens de suas famílias.

Para esclarecer as dúvidas que surgem, o professor titular de Urologia da PUC-PR e presidente eleito da SBU (Sociedade Brasileira de Urologia) Fernando Meyer explica cinco mitos e verdades sobre o câncer de próstata.

2º tipo de câncer mais comum no Brasil

No Brasil, o Câncer de Próstata é o segundo mais comum entre os homens, atrás apenas do câncer de pele não-melanoma. “Em valores absolutos, é o sexto tipo mais comum no mundo e o mais prevalente em homens, representando cerca de 10% do total de cânceres. Sua taxa de incidência é cerca de seis vezes maior nos países desenvolvidos em comparação aos países em desenvolvimento”, destaca Meyer, que é médico cooperado da Unimed Curitiba.

Exame de próstata

O “temido” exame de próstata é, talvez, a maior dificuldade dos homens em procurar uma consulta urológica. “Atualmente, o exame para afastar ou confirmar o Câncer de Próstata, deve ser feito em todos os homens com mais de 50 anos de idade, ou naqueles com fatores de risco (história familiar e raça negra) a partir dos 45 anos de idade”, detalha o urologista.

Os exames consistem em Toque Retal em que o urologista avalia o tamanho e consistência da próstata e o exame de sangue PSA (Antígeno Prostático Específico). “É importante ressaltar que o exame do toque retal é rápido (dura cerca de 10 segundos), e de extrema importância para o diagnóstico da doença. Aos poucos, os homens têm deixando de lado os tabus e feito o exame, com mais frequência do que antes. A falta de informação e o preconceito são as maiores barreiras”, enfatiza Meyer.

Fator genético

O fator genético é extremamente importante quanto o assunto é Câncer de Próstata. “Pai ou irmão com câncer de próstata antes dos 60 anos pode aumentar o risco de se ter a doença de três a dez vezes, se comparado à população em geral, podendo refletir tanto fatores genéticos (hereditários) quanto hábitos alimentares ou estilo de vida de risco de algumas famílias”, afirma o urologista.

Hábitos saudáveis

“Já está comprovado que uma dieta rica em frutas, verduras, legumes, grãos e cereais integrais, com menos gordura, principalmente as de origem animal, ajuda a diminuir o risco de câncer, como também de outras doenças crônicas não-transmissíveis”, recomenda Meyer.

Nesse sentido, outros hábitos saudáveis como fazer 30 minutos diários de atividade física, pelo menos, manter o peso adequado à altura, diminuir o consumo de álcool e não fumar também são indicados.

Cura na fase inicial

Quando o Câncer de Próstata é diagnosticado numa fase inicial, as chances de cura passam de 90%, por isso a importância de fazer os exames periodicamente. “Para doença localizada, a cirurgia, radioterapia e até mesmo observação vigilante (em alguma,s situações especiais) podem ser oferecidos. Para doença localmente avançada, radioterapia ou cirurgia em combinação com tratamento hormonal têm sido utilizados. Já para a doença metastática (quando o tumor original já se espalhou para outras partes do corpo), o tratamento de eleição é a terapia hormonal”, lista o médico.

Fernando Meyer enfatiza ainda que a escolha do tratamento mais adequado deve ser individualizada e definida após discutir os riscos e benefícios do tratamento com o seu médico.

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