Desvio de septo prejudica respiração

Só quem vive com o nariz entupido, tem dores de cabeça, sinusite de repetição e rinite crônica ou ainda um apnéia do sono conhece de perto o desconforto causado pelo desvio de septo.

Dados da Academia Brasileira de Rinologia relevam que o problema atinge e compromete a qualidade de vida de pelo menos 20% da população brasileira, algo em torno de 38 milhões de pessoas.

Além de prejudicar os afazeres do dia a dia, essas alterações podem desencadear problemas relacionados à ansiedade, depressão, mau desempenho no trabalho e até mesmo impactar a vida sexual.

Muitas vezes, a pessoa procura um cirurgião plástico para corrigir um desvio do septo nasal e junto aproveita para passar por uma plástica no nariz, conhecida como rinoplastia.

O termo “desvio de septo” é conhecido do público, entretanto, mas o distúrbio pode envolver tanto insatisfações estéticas, como a correção de graves problemas respiratórios.

“A maioria das pessoas apresenta pequeno desvio, por isso, a questão é saber o quanto isso afeta a função respiratória, casos nos quais a cirurgia corretiva é indicada”, ressalta o cirurgião plástico Alan Landecker.

O septo é uma parede que separa as duas fossas nasais (direita e esquerda). O desvio de septo tem um formato anormal podendo causar problemas na respiração.

O problema pode ocorrer devido a uma característica genética ou ser consequência de traumas, sejam eles no parto ou provenientes de pancadas no nariz.

O especialista aponta que mais de 50% das pessoas têm algum grau de descentralização do septo, mas que, dessas, apenas 20% necessitam de correção cirúrgica.

Dificuldade na respiração

Para saber se há algum desvio é necessária uma avaliação médica, que envolve a análise de toda a estrutura do nariz e da função respiratória, já que nem sempre é possível notar a alteração apenas pela análise visual.

Uma pessoa pode ter problemas respiratórios e achar que é por causa do desvio do septo, mas outras partes da estrutura do nariz podem estar comprometidas. O problema pode ocorrer tanto na infância quanto na idade adulta.

Uma pessoa com essa disfunção pode roncar muito, dormir mal e, consequentemente, apresentar cansaço durante o dia. Pode haver ainda queda do rendimento em atividades esportivas, alteração do timbre da fala e diminuição do olfato.

Segundo estudos da Academia Americana de Otorrinolaringologia, a melhor solução para o distúrbio é a rinoplastia estruturada, técnica que alia a funcionalidade respiratória à estética.

O procedimento consegue manter as estruturas do nariz estáveis, evitando que a cartilagem volte para o estágio inicial e consequentemente, faça o paciente ter novamente dificuldade respiratória.

Estudos dos especialistas americanos mostram que essa técnica cirúrgica melhora a respiração, a qualidade do sono e a qualidade de vida do paciente. A dificuldade de respiração nasal leva a pessoa a respirar pela boca, trazendo uma série de consequências ao paciente porque altera a arcada dentária e o terço médio da face, responsável pela ventilação dessa região e dos ouvidos, causando sinusites e otites.

A respiração oral, devido ao não fechamento da boca, também pode causar a má oclusão dentária e um posicionamento errado da língua, que tende a ficar mais baixa e flácida. “A questão funcional do nariz fica completamente comprometida”, explica Landecker.

Recuperação respiratória

Além da diminuição do olfato, sua função de umidificar, filtrar e aquecer o ar não é realizada. A respiração pela boca leva um ar frio e repleto de partículas de poeira prejudiciais à saúde.

Elas poluem o pulmão e obrigam a pessoa a respirar mais vezes, sobrecarregando todo o aparelho respiratório. É preciso ficar atento à existência de incômodos com a dificuldade de respirar bem, até mesmo ,quando se realiza atividades físicas.

Em casos mais críticos pode-se indicar a cirurgia de correção do desvio mais cedo, a fim de proporcionar melhor qualidade na respiração. Tanto o cirurgião plástico quanto o otorrinolaringologista podem realizar a cirurgia para correção do desvio de septo.

O importante é saber aplicar a técnica correta para não deixar nenhuma consequência estética ou funcional. Após uma cirurgia bem sucedida, verifica-se uma significativa melhora nas condições respiratórias do paciente.

Os cuidados no pós-operatório de uma correção, praticamente são os mesmos de uma cirurgia estética. Após um mês da cirurgia, a pessoa já pode se exercitar normalmente.

Rinoplastia estruturada

A técnica denominada rinoplastia estruturada tem como princípios básicos separar a pele do nariz das estruturas ósseas e cartilaginosas, esculpir as cartilagens e os ossos de forma simétrica sob visão direta, melhorar o sistema respiratório e fortalecer o esqueleto nasal por meio de enxertos e pontos de fixação.

O resultado é um nariz com estrutura esculpida e fortalecida. “Essa técnica difere da tradicional rinoplastia redutora, que reduz o esqueleto do nariz por meio da retirada de cartilagem e osso, enfraquecendo a sua sustentação e deixando o nariz vulnerável”, esclarece o cirurgião plástico Alan Landecker.

No final da cirurgia pela nova técnica, a pele é readaptada sobre a nova estrutura. Um curativo de imobilização é aplicado para auxiliar a cicatrização dos tecidos. Na maioria dos casos, coloca-se uma pequena placa de silicone dentro das narinas para evitar sangramentos, auxiliar na estabilização das estruturas, manter o septo retificado durante o período inicial da cicatrização e possibilitar a respiração durante o pós-operatório.

“A grande vantagem é a eliminação do uso de tampão. O paciente sai do hospital respirando pelo nariz”, complementa. A cicatrização da cirurgia de nariz é demorada. Provavelmente 80% do inchaço desaparecem nos primeiros 90 dias, mas os 20% restantes demoram de seis meses a um ano.

Principais sintomas

* Piora do desempenho físico
* Irritabilidade crônica na garganta
* Dor de garganta de repetição
* Dificuldade no dormir
* Sono agitado, roncos e apneia noturna
* uDificuldade de concentração e irritabilidade

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