Linfoma é o 5º tipo de câncer mais freqüente no mundo

Geralmente, a pessoa passa a sentir febre sem perceber outro tipo de sintoma.

Logo, sofre de uma forte e intensa sudorese noturna. A seguir percebe que está emagrecendo em demasia. Sente cansaço e dores ósseas.

Estes são os sintomas dos linfomas, o quinto tipo de câncer mais freqüente no mundo, mas que revela um dado preocupante: 79% dos curitibanos afirmaram nunca ter ouvido nada a respeito.

No Brasil, 66% o desconhecem completamente. É o que revelou uma pesquisa realizada recentemente pelo Instituto Datafolha.

A incidência dos linfomas cresceu nas últimas duas décadas cerca de 4% a 5% ao ano. Uma incidência cada vez maior na população mundial.

“O problema é que muita gente desconhece a doença que hoje em dia tem altas taxas de cura quando diagnosticada precocemente”, reconhece o hematologista Carlos Chiattone, presidente da Sociedade Brasileira de Hematologia e Hemoterapia. Em Curitiba, por exemplo, a pesquisa apontou que 61% dos entrevistados acreditam, erroneamente, que a leucemia é mais freqüente do que o linfoma.

Mutação genética

Enquanto a leucemia se origina na medula óssea, o linfoma se desenvolve nos linfonodos (gânglios) do sistema linfático, responsável, entre outras coisas, pela defesa natural do organismo contra diversos tipos de infecções.

Segundo o oncologista e hematologista Bernardo Garicochea, o sintoma mais encontrado entre as vítimas do distúrbio é um aumento indolor dos gânglios no pescoço, peito, axilas, abdome ou virilha.

Outros sintomas incluem febre, suor, principalmente à noite, perda de peso e coceira. “Por isso é muito importante estimular a procura por um especialista aos primeiros sintomas da doença”, alerta o médico.

Todos os linfomas resultam da proliferação anormal dos linfócitos, devido ao organismo estar em constante renovação. Raramente, porém, uma célula pode sofrer uma mutação genética e possibilitar o surgimento de um tumor.

“A causa exata dessas mutações é desconhecida”, descreve Garicochea. Na maioria dos casos não é percebida nenhuma causa genética que facilite o seu surgimento.

Possibilidade de cura

Temos bilhões de linfócitos no nosso corpo. São produzidos na medula óssea e se dirigem ao sistema linfático, que é formado principalmente por gânglios espalhados como patrulhas de vigilância por todo o organismo. São eles que criam os anticorpos para nos defender quando da invasão de algum microorganismo desconhecido.

Os especialistas esclarecem que um diagnóstico de linfoma é motivo de preocupação, mas não de desespero. Os linfomas têm tratamento e uma proporção considerável dos pacientes fica curada da doença. Outros, mesmo sem uma cura definitiva, vivem uma vida plena durante muitos anos. Há várias modalidades de tratamento.

“Os linfomas estão entre os tipos de câncer que melhor respondem ao tratamento com quimioterapia ou radioterapia”, assegura o médico. Nos casos mais graves, pode ser necessário o transplante de medula óssea.

De acordo com Carlos Chiattone, atualmente, o tratamento que oferece a maior chance de cura para os pacientes com linfoma é a combinação de quimioterapia associada a anticorpos monoclonais. “Os anticorpos monoclonais representam um dos maiores avanços contra o câncer nos últimos anos”, completa.

Diagnóstico

O primeiro passo em direção ao diagnóstico é feito pelo médico, por meio da palpação, o que lhe possibilita detectar a presença de gânglios inchados. O especialista vai querer conhecer o histórico clínico e poderá solicitar algumas radiografias e exames laboratoriais.

Com os resultados dos primeiros exames em mão, quando necessário, o médico solicita uma biópsia, o único método seguro para identificar o distúrbio. O processo envolve uma pequena intervenção cirúrgica, geralmente sob anestesia local, em que o gânglio aumentado é removido para ser examinado ao microscópio.

Pesquisa nacional

* 66% desconhecem o linfoma,
* Dos 34% que já ouviram falar, 89% desconhece seus sintomas
* 67% acredita que a leucemia é mais freqüente do que os linfomas
* 45% dos que já ouviram desconhecem suas características
* 56% não souberam dizer se linfoma tem tratamento
* 35% não saberiam qual especialista procurar para o diagnóstico correto

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