Doentes renais têm diagnóstico tardio

No Brasil, mais da metade das pessoas portadoras de insuficiência renal crônica têm um diagnóstico tardio do problema. O alerta é do criador da Fundação Pró-Renal, de amparo e pesquisa em enfermidades renais e metabólicas, nefrologista Miguel Carlos Riella.

Até o fim desta semana, enfermeiros da fundação dão informações sobre a doença nas sedes do Sesc de Curitiba, como parte da programação do projeto Ecoexistir. Ontem de manhã, eles estiveram no hall de entrada do Sesc da Esquina.

Prevenção

Gratuitamente, foram realizadas medições de pressão arterial e testes para identificar se as pessoas tinham nefrite, isto é, inflamação crônica do rim. “No País, a nefrite ainda é a principal causa de insuficiência renal, seguida do diabetes e da hipertensão arterial”, adverte Miguel. Cálculos renais, infecções urinárias de repetição e doenças menos freqüentes, como a doença policística dos rins, também podem gerar a insuficiência.

Os sintomas do problema ? inchaço nas pernas, palidez (anemia) e sangue na urina ? aparecem tardiamente, quando a doença já está em estado avançado. “O diagnóstico tardio faz com que a sobrevida do paciente seja menor e com que ele tenha um número maior de internações, o que aumenta os custos do tratamento”, alerta o médico.

Diálise

Quem tem o problema precisa se submeter a sessões semanais de diálise. Existem dois tipos: hemodiálise, que é feita três vezes por semana e o sangue é filtrado fora do corpo, e diálise peritonial, na qual o paciente recebe um soro especial por um catéter colocado no abdômen.

Segundo o médico, todo portador de insuficiência renal crônica é candidato a um transplante de rim. Porém, se o paciente não conta com o apoio de um doador vivo, precisa entrar em uma fila para conseguir um doador cadáver. De acordo com Miguel, no Paraná, estão à espera de um transplante cerca de mil pessoas. A espera dura, em média, de três a quatro anos.

Exame anual

Para garantir um bom funcionamento dos rins, a Fundação Pró-Renal aconselha as pessoas a fazerem um exame clínico anual, mesmo que não sintam nada. O exame pode detectar o aumento da pressão arterial e problemas que podem ser corrigidos, como elevação do ácido úrico, colesterol e açúcar, entre outras coisas.

Projeto destaca a paz e a saúde

Cintia Végas

Teve início ontem e vai até sexta-feira, em todas as sedes do Sesc no Paraná, a segunda etapa do projeto Ecoexistir, que tem como tema A Paz e a Saúde. Assim como na primeira etapa, promovida em maio, haverá palestras, exposições, oficinas, vivências, apresentações artísticas e trabalhos de grupo.

Segundo a técnica de atividades do Sesc da Esquina, Franciane de Cassia Svonka, o evento é aberto a toda a comunidade, independente de as pessoas serem ou não associadas à entidade. “Temos atividades para todas as idades”, afirma. “Todas são gratuitas e visam promover a qualidade de vida.”

O objetivo principal do projeto é a promoção da saúde, pela prevenção de doenças e da educação ambiental. Até sexta-feira, em atividades práticas e teóricas, serão abordados assuntos diversos como: cidadania, preservação das espécies animais e vegetais, alimentação adequada, materiais recicláveis, direito dos idosos, entre outros.

No que diz respeito à saúde, profissionais da área médica estarão falando sobre causas, características e tratamentos da obesidade na adolescência, hipertensão arterial, doenças sexualmente transmissíveis, problemas cardiovasculares e insuficiência renal.

Público infantil

Para pais e crianças a partir de três anos de idade, também em todas as sedes do Sesc, haverá atividades especiais. Estão programadas exposições de fotografias, de materiais recicláveis, de animais taxidermizados, oficinas de máscaras, apresentações teatrais e distribuição de mudas de flores.

Participam do Ecoexistir 21 unidades do Sesc, localizadas na capital, interior e litoral. Mais informações: (41) 322-6653. A programação de atividades está disponível no site www.sescpr.com.br.

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