Fumo traz prejuízo à tireóide

Os malefícios que o cigarro traz, não só aos fumantes como também aos não-fumantes – os chamados fumantes passivos -, já foram comprovados em estudos divulgados pela Organização Mundial da Saúde (OMS). Entre os mais prevalentes estão os riscos de se desenvolver doenças respiratórias e alguns tipos de câncer, principalmente o de pulmão. Agora, um grupo de pesquisadores de vários laboratórios e universidades da Europa avaliou também as influências que a exposição passiva à fumaça do cigarro pode causar no sistema endocrinológico, responsável pela produção dos hormônios que controlam várias funções do nosso corpo.

Quando expostas à fumaça, as pessoas voluntárias que fizeram parte da pesquisa apresentaram um aumento do metabolismo corporal e a produção de hormônios pela glândula tireóide se elevou. De acordo com a endocrinologista Gisah Amaral de Carvalho, especialista em tireóide, o estudo comprovou que quanto maior a exposição passiva ao fumo, maiores são as modificações na função da glândula tireóide. O estudo também mostrou a relação entre os níveis de nicotina dosados no sangue e na urina e o aumento da secreção de hormônios pela tireóide. "Mas tudo isso ainda é polêmico, pois várias outras pesquisas precisam ser feitas para se chegar a uma conclusão definitiva", comenta a médica.

A pesquisa atual foi realizada com poucos pacientes, por isso estudos com um maior número de voluntários saudáveis que usam reposição hormonal precisam ser realizados. "Só assim, os dados da pesquisa serão realmente comprovados", conclui a especialista, lembrando, ainda, que os fumantes com hipertireoidismo ou oftalmopatia (aumento do volume ocular) desenvolvem mais complicações decorrentes dessas doenças do que os não-fumantes. Entre outras manifestações, a oftalmopatia tem seu curso complicado provavelmente pelas toxinas do cigarro que alteram o sistema imunológico e pela agressão direta da fumaça no globo ocular.

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